A luta de um homem só

por Ex-alunos
A luta de um homem só

Curitibano decide caminhar até Brasília para apresentar sugestão de reforma política

Fernanda dos Santos

Foto: João Cassiano Tapada
Foto: João Cassiano Tapada

45 dias. Esse é o tempo que o bacharel em Direito Mario Freitas planejou levar para caminhar até Brasília.  Descontente com a realidade política e constitucional no país, o Perito Judicial resolveu fazer sua parte: imprimiu mais de 1000 cópias de suas propostas de reforma política, fez vários banners informativos como “quanto custa um deputado para nós?” e foi até a Praça Osório procurar pela voz do povo e dar início ao Movimento Acorda Brasil. O objetivo era coletar os anseios de mudança constitucional dos curitibanos para no dia 14 de outubro, partir da Boca Maldita numa longa caminhada até a capital do país para entregar as propostas aos nossos dirigentes.

A ideia de Mario Freitas não é nada simples, foi chamado de louco por muitas pessoas e o apoio familiar também não foi muito grande. Era preciso mais para deter o homem que decidiu representar o povo e embarcar nessa caminhada solitária. E assim aconteceu. Não foi a família, a distância, o clima ou a caminhada que fez com que o Movimento tivesse que adiar sua partida. Foi a falta de participação das pessoas.

Freitas contou para a equipe do Portal Comunicare que muitaos param para ler os banners, ninguém joga o panfleto no chão, alguns até se emocionam com a grandiosa atitude, mas na hora de efetivar o apoio e contribuir para que o Movimento tenha a mesma força que a iniciativa de caminhar até o plenário, falta participação. “As pessoas me parabenizam, me desejam sorte, concordam com todas as mudanças que proponho. Mas quando eu peço as ideias delas para as reformas ninguém me responde”, confessou.

As propostas modificam o número de Deputados Federais (de 513 para 81), Senadores (de 91 para 27) e de Ministérios (de 39 para 15), além de algumas alterações na constituição como por exemplo a maioridade civil para 16 anos, desvincular a indição da presidência dos ministros judiciários e a obrigatoriedade dos presos trabalharem.

Fila pra ler os banners Foto:  João Cassiano Tapada

Fila pra ler os banners
Foto: João Cassiano Tapada

Uma surpresa para Freitas foi o descaso dos jovens. A parcela supostamente mais ativa e conflitante da população foi a que menos mostrou interesse no Movimento. “Eu contava com o despertar da juventude. A gente vê bastante crítica verbal mas na hora que precisa sair da internet, ninguém quer”, comentou.

Persistência

Mesmo com todas as adversidades que acabaram surgindo, o caminhante solitário ainda espera trilhar seu caminho e continuar com o Movimento. Por isso, adiou sua partida em um mês. Essa é a prorrogação para que mais pessoas possam dar a sua contribuição. “Essa iniciativa é minha, eu não recebo patrocínio de ninguém”, disse Freitas, que viabilizou o Movimento com seu próprio recurso e tempo. A parte dele está feita, resta torcer para que não seja o único na causa.

 

Mario Freitas, o caminhante solitário
Foto: João Cassiano Tapada

 

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