Agricultura urbana só tem a contribuir

por Ex-alunos
Agricultura urbana só tem a contribuir

Modelo é fácil, sustentável, adere à economia verde e ainda é um grande fator de melhora social

Beatriz Peccin

A feira ambulante é o ônibus de Leandro que roda alguns bairros da cidade vendendo Hortaliças orgânicas. Foto: Beatriz Peccin

Em várias cidades do mundo a agricultura urbana (AU) tem sido empregada para diminuir problemas urbanos. Seguindo o exemplo de cidades chinesas, africanas e das ilhas do pacífico, Curitiba também está aderindo a esse novo conceito de agricultura e renda. A agricultura urbana praticada no Parolin e nos bairros Fanny, Lindóia, e Santa Felicidade, além do município de Colombo, mesmo ainda sendo pouco explorada, ajudou muitas famílias que não sofrem mais com o problema de falta de alimentos e ainda garantem uma renda no fim do mês.

O que já virou até pesquisa de mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) é fundamentalmente aquele escambo feito há 3.00 anos nos feudos europeus. Cada indivíduo planta em seu quintal a hortaliça, fruta ou verdura que quer consumir. O excedente é vendido por um preço justo em uma feira específica de produtos oriundos dessa agricultura sem agrotóxicos e de produtividade restrita.

Agricultura urbana tem múltiplos benefícios a oferecer aos seus praticantes e beneficiados. Foto: Beatriz Peccin

Agricultura urbana tem múltiplos benefícios a oferecer aos seus praticantes e beneficiados. Foto: Beatriz Peccin

O resultado da pesquisa foi  “observa-se que a agricultura urbana praticada nos quintais das comunidades, Favela do Parolin e bairros Fanny e Lindóia é ainda pouco explorada, principalmente no que tange ao seu potencial de produção de alimentos, também como potencial sociabilizador, requerendo organização coletiva das comunidades”, expõem o documento.

Embora ainda de caráter recente, já que o projeto de agricultura urbana e sustentável desenvolvido pela prefeitura municipal tem apenas seis anos, muitos moradores de Colombo e Santa Felicidade utilizam esse método a mais de 15 anos. É o caso de Leandro Ferreira, morador de Colombo que produz na sua “chacrinha” – como ele mesmo denomina – algumas hortaliças, legumes e frutas de modo simples, sem equipamentos modernos ou agrotóxicos. Ele vende os produtos dentro de um ônibus todas as terças, quartas e sextas-feiras em Colombo e em alguns pontos em Santa Felicidade. “Funciona assim: o quilo é R$ 2,50. É só a senhora colocar o que quer na sacola que o quilo eu multiplico por esse valar”, explica.

Não é à toa que muitas donas de casa levam mamão, batata, cebola e berinjela na mesma sacola. Leandro consegue produzir o que come – compra apenas carnes e produtos de higiene – e ainda consegue garantir a renda da família (a principal renda).

Outro ponto de vendas desses produtos orgânicos oriundos desse tipo de cultivo é a Feira e encontro de agricultura urbana em Curitiba disponibiliza o espaço para os produtores venderem seus produtos em diversos todo sábado na Av. Silva Jardim, 807.

Social

As ações de Agricultura Urbana, da Secretaria Municipal do Abastecimento, são desenvolvidas por meio de dos programas “Nosso Quintal” que é o apoio ao cultivo de hortas em pequenos espaços como quintais de residências, terrenos em escolas, creches e outras entidades/organizações do município e o “Lavoura” que apoia o aproveitamento organizado de espaços urbanos públicos e/ou privados e pequenas propriedades particulares da agricultura familiar de Curitiba, para o cultivo de hortas comunitárias e lavouras.

Segundo o site da prefeitura as ações de Agricultura Urbana objetivam:

– promover a educação alimentar através do consumo de hortaliças de qualidade, frescas, sem uso de agrotóxicos e de procedência confiável

– facilitar o acesso ao alimento e reduzir despesas com alimentação; servir como atividade física e terapêutica para idosos e desempregados;

– servir como ferramenta pedagógica nas entidades educacionais;

– gerar renda com a comercialização da produção; conscientizar as pessoas para a preservação ambiental nos espaços urbanos;

– recuperar áreas degradadas.

Para Eduardo a AU é um trabalho importantíssimo e que tem futuro. “A AU é uma realidade no município, está crescendo e creio que pode se transformar em uma frente de trabalho importante do poder público, mercado e organizações da sociedade civil, como já vem ocorrendo em outros países”, expõe.

Serviço

A Secretaria Municipal de Abastecimento disponibiliza técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos e estagiários de agronomia para a realização de treinamentos teóricos e práticos sobre cultivo e manutenção de hortas, assistência técnica e fornecimento de insumos e serviços: sementes e mudas de hortaliças, sementes de cereais, fertilizantes minerais e orgânicos, calcário e preparo do solo para plantio (mecanização agrícola). O prazo de atendimento varia de 6 a 12 meses.