Bandas apostam em streaming para ganhar visibilidade

por Stella Prado
Bandas apostam em streaming para ganhar visibilidade

Artistas utilizam plataformas como estratégia para maior alcance

Por Fernanda Arantes e Stella Prado

Os serviços de streaming de músicas, que já foram criticados por cantores como Neil Young e Taylor Swift por não remunerar de forma justa os artistas, podem não ser a melhor forma para ganhar dinheiro, mas, para bandas locais ou pequenas, o que vale é a divulgação proporcionada.

O trabalho desses aplicativos de música online é disponibilizar o conteúdo sem que o usuário precise fazer o download do arquivo no celular ou computador. Os serviços também oferecem sugestões de músicas para o usuário relacionadas ao histórico de pesquisas e estilo musical, o que pode gerar mais visibilidade para as bandas.

Para disponibilizar as músicas em algumas plataformas como Spotify, Deezer, Itunes Store e Apple Store, é preciso fazer um registro do material antes da publicação. O artista escolhe um pacote, sobe os arquivos, paga uma anuidade e o site faz o resto. Um desses sites é o Record Union que,a partir de US$7, faz a distribuição em mais de 14 aplicativos.

Bandas locais que apostam no serviço

A banda curitibana Médicos de Cuba, formada em 2014, utiliza o streaming desde 2015 para divulgar suas músicas. Segundo o baterista, Vinicius Hasselmann, o grupo decidiu disponibilizar as músicas no Spotify para “abrir o leque” e ter as músicas em outras plataformas além do Youtube. Para o baterista a vantagem dos serviços de streaming é a praticidade.

No mesmo caminho, em fevereiro deste ano, outra banda curitibana, a Better Leave Town, liberou um álbum no Spotify. O publicitário e guitarrista da banda, João Pedro Ribeiro Paulino, explica que os integrantes não criam expectativa de um retorno financeiro através da internet.

Ribeiro conta que há quatro anos tem uma conta no Bandcamp e que já recebeu doações no site, mas que essa não é uma base onde a banda se apoia. “Fico feliz que alguém se identificou com a nossa música a ponto de ir lá e doar dinheiro para nós”. O guitarrista comenta que os aplicativos são mais uma forma de ampliar a divulgação dos álbuns e facilitar o acesso a pessoas que já conhecem o som.

Por também ter a possibilidade de impulsionar artistas, o Spotify é visado por diversos grupos musicais, como a banda Condiz, que ainda não possui músicas no serviço, apesar de possuir demos no Soundcloud e no Youtube. O cantor Giovani Gonçalves considera o Spotify como uma vitrine de músicas que faz a banda ser levada mais a sério porque as pessoas já conhecem a qualidade do serviço.

Opinião de quem consome

Entre os internautas, os streamings de música fazem sucesso. O estudante Gabriel Liberato, 18 anos, conta que o que o atrai nos aplicativos é a organização do conteúdo dividida por tags e gêneros, a facilidade para conhecer novas bandas, registrar o histórico de artistas e fazer novas amizades que compartilham o mesmo gosto musical. “Já fiz doação para artistas no Bandcamp, se pudesse doaria sempre e voltaria a ser assinante Spotify premium”.

Conhecendo o cenário de música independente, a Honey Bomb Records realizou uma pesquisa com 190 jovens e adultos presentes em 12 estados do Brasil a fim de entender como as pessoas consomem música digital. E concluiu que 41% dos entrevistados consomem somente música online (streaming) e que plataformas como Youtube, Spotify e Soundclound são as mais utilizadas.