Curitiba vê crescer casos de dengue, zika e chikungunya

por Ex-alunos
Curitiba vê crescer casos de dengue, zika e chikungunya

Mapa mostra cidades do Paraná onde há doentes infectados pelo mosquito

Por Lívia Davet

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou, no início deste mês, a segunda morte relacionada à dengue em Curitiba. Foi um senhor de 66 anos, morador do Alto Boqueirão. O homem apresentou os sintomas no começo de fevereiro e faleceu quase um mês depois.

Ele havia viajado para Paranaguá, no litoral do Paraná, cidade que está entre os 30 municípios em situação de epidemia do estado, segundo a SMS. Além desse caso, foram confirmados também três casos de Zika, sendo em um homem e duas mulheres.

A SMS tem atuado em conjunto com a Secretaria Municipal de Comunicação Social para o combate ao mosquito. Os projetos que estão em ação são: Operação Tira Focos; o plano 366 Dias Contra o Aedes; além de atividades educativas, a fim de alertar a população do risco e da necessidade da prevenção, segundo o secretário municipal da Saúde, César Titton.

Este ano já se tem registro de 308 casos de dengue, sendo um deles autóctone (contraído na própria cidade); 36 de Zika (quatro adquiridos em Curitiba); e oito de Chikungunya, de acordo com a SMS.

A região com maior risco atualmente tem sido entre os bairros do Portão, Hauer e Parolim, conta a bióloga Tatiana Robaina, do Programa Municipal de Controla da Dengue. Ela ressalta, também, que esta é uma situação muito dinâmica e pode mudar a qualquer momento.

Para Solange Gonçalves, 48 anos, que contraiu Zika neste verão, é de grande importância ter mais esclarecimento sobre os sintomas das doenças, e não somente sobre métodos de prevenção. Ela não acreditava estar com a doença por não ter tido febre severa e só ter encontrado duas manchas vermelhas no corpo, e não várias, como ela havia ouvido falar que indicavam a presença da doença.

Municípios paranaenses com epidemia de dengue

Prevenção contra os vetores

vetores

 

Conheça os sintomas

Das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt, sendo elas a zika vírus, a febre chikungunya, e a dengue, esta pode ser considerada a mais severa. Todas são muito semelhantes em relação aos seus sintomas o que dificulta um diagnóstico rápido e sem exames específicos, é o que afirma o médico Bruno Pagnoncelli.

A dengue causa, além de febre, comum nas três, dores musculares muito fortes, dores de cabeça e nos olhos, falta de ar, manchas na pele, indisposição e até hemorragias em casos mais graves. Na Chikungunya, as dores se concentram nas articulações.

Em relação à Zika, que pode ser considerada a mais leve entre elas, o paciente ]apresenta coceira, olhos avermelhados e leve febre, diz o médico. Pagnoncelli ressalta que a maior preocupação desta fica por conta de seus possíveis desdobramentos, entre eles a microcefalia e a Sindrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica grave caracterizada pela inflamação dos nervos e fraqueza muscular, que, em alguns casos, pode ser fatal.

Curitiba pune quem não combater o Aedes Aegypti 

Em março, multas que têm valores entre R$ 200 e R$ 7 mil começaram a ser aplicadas em  Curitiba aos que não cumpram as exigências dos vigilantes de saúde, em relação à limpeza para a prevenção dos mosquitos Aedes Aegypt, em Curitiba.

As multas serão cobradas de acordo com o histórico de cada proprietário de imóveis residenciais, segundo Titton. Os agentes farão a vistoria, e caso sejam encontrados problemas, notificarão os proprietários e darão um prazo para ser normalizada a situação. Havendo descumprimento das exigências, serão aplicadas as penalidades, informa o secretário municipal da saúde.

Proprietário de um terreno localizado no Alto da XV, Sérgio Nascimento, se diz muito preocupado com uma possível epidemia na cidade, logo que começou a observar o aumento de casos e as notícias sobre o assunto, procurou eliminar os riscos do desenvolvimento dos mosquitos na sua propriedade.

É importante que todos, se necessário procurem a Secretaria de Urbanismo, localizadas nas Ruas da Cidadania, ou o 156, para informar possíveis criadouros.

Zika preocupa gestantes

A microcefalia é um possível desdobramento do Zika Vírus, e pode vir a ocorrer nos fetos de gestantes que adquirem a doença. A maior preocupação é com o primeiro trimestre da gestação, porém, os cuidados devem ser mantidos durante todo o período gestacional.

Nela, o recém-nascido apresenta perímetro cefálico inferior a 32 cm, comprometendo o desenvolvimento do cérebro da criança. Ela está relacionada com diferentes graus de retardo mental, além de outros problemas, é o que relata o médico Bruno Pagnoncelli. Ele conta também que essas características se aplicam a 90% dos casos, mas, para os de origem familiar, há possibilidade do desenvolvimento perfeito das capacidades cerebrais do feto.

A estudante de educação física, Marina Guimarães, que está no primeiro trimestre da sua gravidez, diz que está sempre atrás de informações sobre novos métodos de prevenção, além de usar o repelente recomendado pelo médico. Para ela, isso é importante para reduzir os riscos de contrair a doença.