Em um jogo pouco atraente, o grande destaque foi o Maracanã

por Ex-alunos
Em um jogo pouco atraente, o grande destaque foi o Maracanã

A partida entre Bélgica e Rússia não teve muita emoção, mas o visual e a mistura de culturas na arquibancada deram um tom especial ao espetáculo

Por Renan Araújo

O Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ficou eternizado na história por ser um dos maiores palcos da história do futebol através dos jornais e de grandes autores como Nelson Rodrigues, Ruy Castro e Mario Filho, jornalista que dá nome ao estádio. Pelo estádio já passaram alguns dos maiores nomes do esporte e alguns momentos inesquecíveis como a Copa de 1950. Se esses momentos já estão na memória, a Copa de 2014 promete ser mais um capítulo importante dessa história e apenas pela presença no local já se percebe que há algo diferente no ar.

Serão realizados sete jogos da Copa no local, incluindo a final. É um local imponente, em que todos os jogadores têm o sonho de jogar e os torcedores de presenciar uma partida. E essa admiração era sentida em grande parte dos 73 mil torcedores do mundo inteiro que estavam presentes no confronto entre Rússia e Bélgica, nesse domingo.

A torcida belga estava confiante fora do estádio e compareceu em pesso para o jogo | Foto: Renan Araújo

A torcida belga estava confiante fora do estádio e compareceu em pesso para o jogo | Foto: Renan Araújo

O jogo apresentava um forte esquema de segurança com os torcedores. Da saída do metrô até a entrada no Maracanã, policiais e voluntários verificavam os ingressos e orientavam os torcedores, que também passavam pelo raio-x e verificação de pertences. Tudo isso para evitar incidentes como a invasão que aconteceu no estádio durante o jogo entre Espanha e Chile no estádio na semana passada. A segurança reforçada e a passagem gratuita do metrô para quem tinha ingresso como forma de incentivar o uso do transporte público foram os grandes acertos da organização da partida. Nem mesmo as filas para pegar os metrôs lotados foram um problema, pois os trens conseguiam atender a toda a demanda.

Dentro do local do jogo o que se via era um comportamento dos torcedores um pouco diferente em relação a times como Argentina e Chile, que haviam realizado as primeiras partidas da Copa no estádio. Russos e belgas se mostravam um pouco mais “comportados” em relação a duelos com times sulamericanos. Embora houvesse empolgação, as torcidas se mostravam um pouco mais comportadas em relação às equipes sul-americanas. As diferenças culturais entre russos e brasileiros, por exemplo, especialmente na língua, impedia com que os brasileiros presentes no jogo colaborassem no apoio às torcidas. Mesmo assim, a oportunidade de conhecer novas culturas e personagens de cada país era um atrativo a quem estava presente no jogo.

Origi marcou o único gol da partida e garantiu a vitória e a classificação da Bélgica | Foto: Renan Araújo

Origi marcou o único gol da partida e garantiu a vitória e a classificação da Bélgica | Foto: Renan Araújo

Também contribuiu para isso o baixo nível técnico da partida. Em muitos momentos, o silêncio se impunha por conta da falta de lances de emoção. Mas a Ola e gritos de apoio à seleção ajudavam a animar o público. Mas o que realmente mudou o clima no estádio foi o gol da Bélgica logo no fim da partida. Os fãs foram à loucura e saíram cantando até durante o trajeto de metrô, afinal a classificação para a segunda fase estava garantida. Já os russo, que foram mais animados, saíram cabisbaixos e tentam a classificação na quinta-feira contra a Argélia.

Se o jogo não correspondeu às expectativas, ao menos os torcedores puderam acompanhar uma grande mistura de culturas e uma experiência inesquecível que é estar em uma Copa do Mundo. De quebra, ainda puderam estar no lendário Maracanã, palco de uma das mais ricas histórias do futebol, e também fizeram parte de mais um significativo capítulo desse estádio, que é a Copa de 2014.

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