Lei é esperança para combater preconceito contra autismo

por Ex-alunos
Lei é esperança para combater preconceito contra autismo

Vereador cria semana visando conscientizar as pessoas sobre o transtorno

Por Gabriela Savaris, Guilherme Almeida, Joshua Raksa.

A comunidade envolvida na luta pelos direitos das pessoas com autismo comemorou no último dia 7 de abril a sanção da lei que institui a Semana Municipal da Conscientização Sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Curitiba. A semana tem como objetivo informar as pessoas sobre o autismo por meio de palestras, eventos e seminários e levar a reflexão e conscientização sobre o preconceito sofrido por que tem esta deficiência.

O vereador e autor da lei, Pier Petruzziello (PTB), destaca a importância de haver essa semana de conscientização do autismo, já que a desinformação sobre o assunto acaba gerando preconceito, pelo fato de as pessoas associarem o autismo a uma doença.

O vereador atenta para o fato de se ter um diagnóstico precoce, para que isso não venha atrapalhar o desenvolvimento da criança. “Se você diagnosticar precocemente, até os dois anos de idade, e este diagnóstico comprovar que a criança tem esta deficiência, isso vai poder fazer com que os pais possam dar o encaminhamento correto e não perder tempo no desenvolvimento da criança”.

Petruzziello também destaca que existem diferentes graus de autismo, e que nos casos mais leves, as crianças podem ter uma vida bastante normal, sendo introduzidas dentro da sociedade sem que haja preconceito.

Mães relatam dificuldades relacionadas ao autismo

Algumas mães, como a arquiteta de 36 anos, Adriana Leonard, relata que, atualmente, uma das maiores dificuldades é o fato de que, por muitas pessoas não compreenderem o autismo e o comportamento das crianças, algumas mães decidem “esconder” seus filhos em casa.

Ela explica que muitas das crianças autistas têm dificuldade de ir à escola, mas, com tratamento diário e precoce, o grau de autismo da criança pode diminuir, ajudando principalmente o futuro da criança, que, desde pequena, já poderá então frequentar escolas normalmente.

A atendente de cobrança Elizabete Cristielle Militão, 39 anos, e mãe de um garoto de cinco anos autista cita o exemplo de impaciência de seus filhos, por causa da doença, em momentos como na espera do ônibus. “Muitas vezes eles querem interagir com estranhos, e muitas pessoas olham com preconceito e desaprovação, achando que eles simplesmente não foram bem-educados”.

“Associações como a União dos Pais Pelo Autismo (UPPA) ajudam muito as mães que descobriram recentemente que o seu filho é autista, elas ajudam principalmente aos pais a saber como lidar com a situação” explica Elizabete.

Psicólogo explica quais são os indícios do autismo

O psicólogo da Associação de Atendimento e Apoio ao Autismo (AAMPARA) Wilian Maffezzolli explica que a pessoa autista apresenta três dificuldades básicas, sendo elas a socialização, a comunicação e o comportamento. O que varia é a gravidade de cada um desses itens entre outros em cada pessoa; por isso, cada tratamento é diferente, pois cada criança tem uma necessidade diferente.

Ele afirma que não existe um momento preciso na vida de uma pessoa para se começar a notar os sinais, mas caso os pais percebam possíveis indícios de autismo eles devem levar os seus filhos a um neuropediatra, para ele poder então fazer um diagnóstico.