“Minha missão é blindar a exploração politica”, explica Vilson Ribeiro de Andrade, chefe da delegação da Seleção Brasileira

por Ex-alunos
“Minha missão é blindar a exploração politica”, explica Vilson Ribeiro de Andrade, chefe da delegação da Seleção Brasileira

Em entrevista exclusiva ao PUC Sports, presidente do Coxa fala sobre sua nomeação para chefiar delegação brasileira na Copa do Mundo

Por Daniel Malucelli e Michel de Alcantara

O Paraná terá um representante de peso nesta Copa 2014. E não será dentro das quatro linhas. Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, foi o escolhido para ser o chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo 2014. Mas, afinal, o que faz um chefe de delegação? Ninguém melhor que o próprio para esclarecer tudo, em entrevista exclusiva ao PUC Sports.

Vilson Ribeiro foi anunciado como chefe da delegação por José Maria Marin, o atual preseidente da CBF, antes da convocação de Felipão. (Foto: Divulgação/CBF)

O fato da Copa ser no Brasil dará mais trabalho ao chefe da delegação, disse Vilson.
(Foto: Divulgação/CBF)

PUC SPORTS: Qual será a função do chefe de delegação da Seleção Brasileira?

Vilson Ribeiro de Andrade: A principal função é estar à frente do planejamento e verificar se tudo está sendo executado conforme o caderno de responsabilidade, que é toda a agenda da seleção brasileira, tanto dos jogadores quanto da comissão. Mas o trabalho é principalmente ser o embaixador da seleção nos eventos durante a Copa, representar a seleção nos jogos, juntamente com Joseph Blatter, presidente da FIFA, e os representantes dos outros países. Uma Copa do Mundo envolve muitos interesses, e sendo no Brasil, é claro que o interesse político é ainda maior. O futebol hoje, quer queira, quer não, é um ganho político para as pessoas que se aproximam de uma seleção, principalmente se ela for vencedora. A minha missão é blindar essa exploração política.

No passado a função principal do chefe de delegação era a mesma de um supervisor. Paulo Machado de Carvalho, chefe na Copa de 1958, na Suécia (ano do primeiro título mundial do Brasil), foi convidado dois anos antes e ele que estruturou toda a logística. Hoje em dia, com toda essa evolução e a grandeza que tem o evento, essa logística já está sendo preparada há quatro anos pela comissão técnica, CBF e todos os envolvidos, e já está pronta. Então, eu serei uma espécie de “para-brisa”, até para deixar o Felipão e o Parreira cuidarem apenas do futebol. Essa parte é apenas com eles.

PUC SPORTS: Porque você acredita que foi convidado?

Vilson Ribeiro de Andrade: O convite foi feito em fevereiro deste ano, e eu acredito que alguns fatores pesaram na minha escolha. Na visão da CBF, eu sou um nome que não causaria contestações. Por exemplo, qualquer outro dirigente do eixo Rio-São Paulo teria algum tipo de controvérsia, por parte de um clube ou outro. Outro fator que pesou na minha opinião, é a minha representação no parcelamento das dívidas dos clubes perante o governo, e a minha boa relação com o Bom Senso Futebol Clube (movimento criado por jogadores para melhorias nas condições do futebol brasileiro) e também um projeto de responsabilidade fiscal no esporte que nós estamos preparando que é um marco novo no nosso futebol. Eu achei que a minha escolha teria alguma contestação de dirigentes do Rio de Janeiro ou de São Paulo, mas fui muito bem aceito fora e aqui dentro do estado”.

PUC SPORTS: Quando vão começar as preparações? E como será para conciliar com a presidência do Coritiba?

Vilson Ribeiro de Andrade: O meu trabalho efetivo começa dia 10 de junho. Mas a partir do dia 8 eu já estarei presente, praticamente em definitivo. Em relação ao Coritiba não teremos problemas, até porque o clube terá duas semanas de férias durante o torneio. Faremos uma pré-temporada antes do início do Brasileirão. Mas eu estarei aqui no clube uma ou duas vezes por semana, e os outros dirigentes estarão aqui, portanto não haverá problemas.

PUC SPORTS: Este cargo é apenas durante a Copa do Mundo?

Vilson Ribeiro de Andrade: Não, eu continuarei sendo o chefe de delegação após a Copa, e depois serei chamado quando a seleção for fazer alguma viagem para os jogos internacionais. Se eu estiver com disponibilidade eu irei, mas se não puder, não irei.

PUC SPORTS: O cargo é remunerado?

Vilson Ribeiro de Andrade: Não, não (risos). É apenas uma grande valorização e prestígio para o convidado. O chefe de delegação é considerado o embaixador do país durante o evento.

PUC SPORTS: Qual é o significado para o senhor participar desta Copa do Mundo?

Vilson Ribeiro de Andrade: Eu estou muito honrado. Até porque eu trabalho com futebol há apenas quatro anos e meio e ser convidado é uma conquista para mim. Esta é uma Copa muito importante para todos os brasileiros, e nós esperamos fazer o melhor trabalho. Para a minha profissão, como dirigente de futebol, é muito importante, e também para todo o esporte do estado do Paraná.