Primeiro Memorial no Brasil

por Ex-alunos
Primeiro Memorial no Brasil

Planta do espaço interno do Museu do Holocausto de Curitiba

Planta do espaço interno do Museu do Holocausto de Curitiba

Em novembro de 2011, a capital paranaense recebeu um dos maiores locais de memória histórica, documentação, investigação e educação da cidade. Sendo o primeiro e único memorial do Brasil, o Museu do Holocausto de Curitiba, que está localizado na Sinagoga Beit Yaacov, na Rua Cel. Agostinho Macedo, 248 – Bom Retiro, já recebeu aproximadamente 25 mil visitantes de vários lugares do mundo.

Aberto somente em fevereiro do ano seguinte para a visitação do público, a proposta do museu além de aproximar a memória sobre o holocausto da comunidade judaica e da sociedade paranaense, é predominantemente pedagógica, voltada para as escolas especialmente. Presidente da Associação de Cultura Beit Yaacov e idealizador do Museu do Holocausto de Curitiba, Miguel Krigsner é descendente de judeus que sofreram com a perseguição durante a Segunda Guerra. Miguel escolheu como sede a capital paranaense por ter sido o local onde sua família foi acolhida neste momento extremamente delicado.

Krigsner acrescenta que seu objetivo é, além de homenagear todas as pessoas e famílias que foram vítimas do Shoá, denunciar a banalização da violência quando o homem é contaminado por ideias radicais, nas quais perde a racionalidade. “No espaço, lembramos das milhares de pessoas justas que arriscaram suas vidas salvando os Judeus e também mencionamos todos os outros crimes da humanidade do século XX que, lamentavelmente, continuam presentes na sociedade passando a impressão de que os homens não aprendem”.

A iniciativa da Associação Casa de Cultura Beit Yaacov, consiste em não apresentar apenas o contexto histórico que envolve o Holocausto, mas também as histórias de vida de sobreviventes. O coordenador do Museu, Carlos Reiss, explica que além da parceria com outros museus semelhantes espalhados pelo mundo, o acervo recebe colaboração e doação dos sobreviventes e de seus familiares. Ele assegura que o que se encontra na parte permanente do museu, é menos de 10% de todas as relíquias que possuem. Pela grande demanda de arquivos e doações, estão sendo realizadas exposições temporárias por todo o país, com a tentativa de aproveitar todo esse material. “É um grande privilégio trabalhar aqui, recebemos documentos, passaportes e fotos que são verdadeiros tesouros o tempo inteiro.”

Carlos ainda confessa que o local é dividido em alguns departamentos. “O departamento pedagógico, digamos, é o foco do museu. Costumamos a dizer que o Holocausto é um tema multidisciplinar. A gente recebe escolas com professores de disciplinas diferentes, com intuitos diferentes, e cada visita é uma visita peculiar”.

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Quanto à finalidade do local, esclarece que há dois objetivos primordiais: aproximar os jovens da história, através de relatos pessoais de quem sofreu no Shoá de modo a evitar que isso aconteça novamente, e não deixar que estas mensagens sejam esquecidas. “O museu do Holocausto é um local que trata da vida, do futuro. O que realmente importa é que essas histórias sejam passadas para frente!”, finaliza.

Já para Laura Zitronenblatt, guia do Museu do Holocausto e também integrante da comunidade, trabalhar no Museu e rever as histórias da forma como são passadas é algo realizador. “São histórias que mexem comigo como pessoa, não só pelo fato de serem histórias dos judeus, que é da minha religião e de um povo que eu me identifico, mas costumo dizer que meu trabalho aqui no museu é algo que eu me realizo. Eu saio leve daqui”. Laura ainda apontou os temas que o Museu do Holocausto aborda para a sociedade em geral. “Aqui no museu a gente não fala da história do Holocausto como uma coisa única mas, a gente tenta trazer essa questão de individualidade de cada um. Eu tento transmitir que, não venham aqui só para conhecer a história dos judeus. Venham aqui para ver tudo isso que acontece hoje em dia”.

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Após a visita guiada do museu, o estudante de uma escola de Curitiba Matheus Castro opinou sobre o passeio. ”Vou embora com outra visão sobre o Holocausto. Tudo que eu aprendi na sala de aula, tive o prazer de ver hoje na prática e pude acrescentar meu conhecimento com curiosidades sobre os Judeus e o Shoá”. O visitante acrescenta que o tour pelo acervo superou suas expectativas. “São muitas histórias impressionantes, não vejo a hora de pesquisar mais sobre o assunto”, declara.

O museu também conta com uma vertente dedicada a capacitação de professores e aqueles que tem a vontade de trabalhar/se aprofundar no tema mas não sabem o caminho. Através da realização de cursos e seminários, disponibilizam materiais e discutem maneiras de se abordar o Holocausto com os jovens e até crianças.

Visita Virtual

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Serviço:*

Museu do Holocausto de Curitiba
Rua Cel. Agostinho de Macedo, 248 – Bom Retiro

Horários de funcionamento (2013) :
Terça-feira – apenas visitas de grupos escolares das 8h30 às 11h30; 14h30 – 17h30
Quarta-feira – 8h30 às 11h30 ; 14h30 às 17h30
Sexta-feira – 8h30 às 11h30
Domingo – visitas guiadas das 9h00 às 12h00.

Mais informações: (41) 3093-7462 (41) 3093-7461

*É preciso fazer o agendamento por telefone ou pelo site do museu no mínimo dois dias de antecedência.

**Entrada gratuita. Fotografias não podem ser feitas na área do Museu.

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