Redes sociais são tendência também em assessoria

por Portal Comunicare
Redes sociais são tendência também em assessoria

Profissionais se reuniram na PUC para debater o tema.

Por Jéssica Felici, Maria Cecília Terres Zelazowski, Vanessa Gavilan Mikos e Yuri Braule

 

Profissionais de comunicação se reuniram nesta quarta-feira (17) no auditório Irmão Albano, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), para debater as tendências no mercado de assessoria, como o uso de redes sociais. O evento, chamado de Encontro de Assessoria de Comunicação (Ensecom), esteve na segunda edição e se vincula à disciplina de Assessoria de Comunicação e Planejamento do curso de jornalismo da PUCPR – por isso, teve organização dos próprios alunos.

Em cerca de duas horas de palestras, os convidados Marianna Greca, Fernanda Ávila, Claudio Stringari e Marcos Giovanella compartilharam suas experiências profissionais com o público.

Confira, nos tópicos abaixo, o resumo da fala de cada convidado.

 

– Marianna Greca, estrategista de conteúdo na Mirum Agência de Comunicação, acredita que a conversa é a nova propaganda, por isso destaca a importância das mídias sociais. “Com as novas tecnologias, muito se pensa como e onde as mensagens serão transmitidas. Mas o importante é a essência do conteúdo e a estratégia a ser seguida”.

Para a publicitária, o grande benefício das redes sociais é que as entidades conseguem mudar o direcionamento da discussão que está acontecendo em torno dos seus produtos. Por outro lado, as pessoas apontam problemas em tudo que encontram e, no momento em que você se expõe dessa maneira, está sujeito a mais críticas.

Segundo ela, as empresa precisam considerar as necessidades humanas, fornecer o que as pessoas precisam de forma que o objetivo de negócio seja cumprido e apresentar ao consumidor qual é a missão da sua marca – e, de certa forma, fazer com que ele colabore, se engaje e defenda sua missão também. Para isso, a distribuição de conteúdo nas redes sociais é muito importante.

De acordo com a palestrante, o conteúdo de uma postagem é o que constrói a relevância da marca. O Google, por exemplo, está sempre atualizando os critérios de hierarquização de conteúdo. No entanto, em relação ao conteúdo, a regra nunca muda: a proposta é a de sempre oferecer material de qualidade.

Marianna reforça a importância da integração dos profissionais de todas as áreas da comunicação e a retomada conhecimentos básicos, pois “nas empresas subestimam um pouco as teorias da comunicação, e elas são muito importantes para o que a gente faz. A gente sempre atribui ao receptor, nas redes sociais, a culpa de ele não entender o que estamos falando. E, na verdade, a culpa é nossa, dos emissores’’, afirma.

 

– Fernanda Ávila, editora de conteúdo da Pulp Edições, acredita que as mídias sociais são praticamente o próprio mercado. É um canal que está se descobrindo e implantando inovações rapidamente.

Para a jornalista, é impossível imaginar uma marca de médio e grande porte, ou até mesmo as pequenas empresas, que não estejam presentes nas mídias sociais. Cada uma utiliza o meio que mais lhe convém, conforme sua linguagem própria. O estudo é o primeiro passo para entender o que a marca necessita, onde está seu público e como ele irá acessá-lo.

De acordo com Fernanda, é importante conversar com os futuros profissionais sobre mídias sociais, pois existe grande espaço no mercado e faltam profissionais preparados para escrever na plataforma digital. Os estudantes devem estar atentos às mudanças, que são diárias, principalmente na linguagem, do universo digital.

“Eu acho que nunca foi tão bom esse mercado, falo isso por mim. Sou formada há 15 anos e, no meu ponto de vista, é o melhor momento para a comunicação. Quando eu me formei eram poucas as opções de trabalho. Tínhamos assessoria de imprensa, mas ainda era pouco”.

 

– Cláudio Stringari, um dos fundadores da Central Press, empresa de comunicação empresarial, conta que, em seu trabalho, há planejamentos e cronogramas de clientes para serem seguidos.

Contudo, sempre surge algo novo no decorrer do dia, que muda a programação. Por isso, “não tem fórmula de bolo. Não tem falar que eu fiz isso aqui para esse cliente, foi legal, e vou fazer para esse outro. Não vai funcionar’’, acredita o jornalista.

Antigamente, as empresas não conseguiam conversar diretamente com os consumidores. Os veículos de comunicação publicavam uma matéria e os leitores tomavam aquilo como verdade. Atualmente, o público tem possibilidade de comentar, debater e compartilhar os conteúdos.

De acordo com pesquisa feita pela SurveyMonkey, em 2014, os brasileiros são o povo que passa mais tempo nas redes sociais. Com isso, as informações se propagam muito rápido e, por iss,o o mercado das mídias digital está crescendo.

“Há bastante variação de trabalho da comunicação. Além do jornalismo tradicional, as empresas estão contratando jornalistas para trabalhar em outras áreas da comunicação, inclusive na publicidade”, afirma Stringari.

 

– Marcos Giovanella, diretor de marketing da Prefeitura de Curitiba, é um dos responsáveis pela famosa página oficial da prefeitura no Facebook. Quando contratado, em 2013, o publicitário foi orientado a aproximar a instituição que era “fria’’ e distante da população.

A equipe fez um planejamento baseado nas tendências internacionais e adaptou isso para a realidade brasileira da internet. O objetivo era produzir um conteúdo de qualidade e responder as pessoas da forma mais rápida possível, criando uma base sólida na questão do relacionamento com pessoas.

Dos oito membros da equipe, três profissionais fazem as pesquisas, enquanto o restante produz os conteúdos. A linha de trabalho é dinâmica, assim como a internet, que muda a toda hora. “Tudo vira hit muito rápido e acaba muito rápido, principalmente agora nas redes sociais’’, afirma Giovanella.

Segundo um  estudo do Inter-American Development Bank, que mostra como as cidades da América Latina estão utilizando as redes sociais para se aproximar de seus respectivos cidadãos, Curitiba ocupa a segunda posição do ranking. Esse êxito se comprovou na repercussão do ‘’casamento vermelho’’ , uma união virtual celebrada em 2014 entre as prefeituras de Curitiba e Rio de Janeiro no Facebook, em que seriam “convidados” aqueles que doassem sangue no dia 27 de setembro, data da “cerimônia”.

De acordo com o publicitário, a equipe tenta significar todas as postagens. “Ficamos conhecidos por termos um estilo mais leve de comunicação. Muitas pessoas falam em relação à zoeira, mas não gostamos de falar sobre isso, e também não gostamos de falar sobre humor. O que fazemos é usar um canal para enviarmos uma mensagem, em forma de conversa, então tentamos deixar isso mais humano’’.