Uma vida de paixão pelo futebol

por Ex-alunos
Uma vida de paixão pelo futebol

Colecionador do Lance e apaixonado pelo esporte conta suas experiências com o esporte mais popular do Brasil

Gabriel Sawaf

São 73 anos de idade e muitas experiências já vividas, como advogado, professor de português, soldado do exercito e jogador de futebol. Esse é Martins Sebastião Kreusch, um apaixonado por futebol que possui muitas façanhas acumuladas. Entre elas, jogar com o Rei Pelé em Brasília. O apaixonado por futebol recebeu a equipe do Comunicare em sua casa para mostrar sua prova de amor. “Aqui é a minha vida”, ressaltou.

A sua façanha destaque se dá por possuir todas os 5807 exemplares (até o dia da visita) do jornal esportivo Lance, encadernados e bem organizados. A coleção marca mais de 14 anos de duração. Até o próprio jornal procurou Martins para saber mais sobre sua coleção. “Um dia uma jornalista do Lance me telefonou lá de São Paulo e disse que ficaram sabendo que eu tinha uma coleção e tinha os cinco mil números”, recorda. Para o ex-jogador, a coleção serve para seguir o futebol.

Martins é um leitor fiel do jornal Lance / Foto: Gabriel Sawaf

Martins é um leitor fiel do jornal Lance / Foto: Gabriel Sawaf

Mas essa não é a única coleção que Seu Martins possui. O apaixonado por futebol guarda vários objetos de diversos clubes em sua casa, principalmente do Flamengo e do Paraná, seus times do coração. Martins também possui uma série de livros sobre futebol e de atletas, como Neymar, Marcos e Rogério Ceni. Além de contar com uma coleção de várias camisas, cerca de 30 peças de vários times, como Vitória, São Paulo, Fortaleza, Bahia e mais alguns times internacionais, como PSG, Chelsea, Manchester United e AJAX.

Dentre uma das camisas de sua coleção, está a camisa da seleção da Hungria de Puskas / Foto: Gabriel Sawaf

Dentre uma das camisas de sua coleção, está a camisa da seleção da Hungria de Puskas / Foto: Gabriel Sawaf

O advogado não é formado em jornalismo, o que já lhe foi um desejo. Mas isso não afastou Martins de escrever sobre futebol. Suas crônicas são publicadas em média quatro vezes na Tribuna do Paraná, geralmente em resposta a colunas de Dante Mendonça. Martins não ganha dinheiro com seus texto, apenas escreve por hobby. “Eu escrevo quando me dá vontade”, afirma. Além de escrever suas crônicas, ele assiste jogos pela TV e escreve um resumo sobre cada um, anotando o que enxerga sobre o jogo. Seus resumos são feitos em um caderno, que já está acabando as folhas. E o mais interessante, existe um caderno lotado de anotações para cada ano, já que fazem cerca de 20 anos que Martins possui esse hábito.  Mesmo já possuindo um livro de crônicas sobre sua vida, Martins não tem vontade de fazer um livro sobre futebol “Acho eu que não tenho mais tempo”, lamentou.

Além de ver o futebol como um telespectador, Martins já teve uma curta carreira como jogador, na época que o futebol era em campo de barro puro. Começando quando era soldado do exercito em Santa Catarina, e foi convocado para participar da primeira leva de soldados do Sul que iria servir em Brasília. Chegando à recém-inaugurada capital, os clubes que surgiam na nova cidade iam nos quarteis para procurar jogadores. Em uma dessas visitas, o Alvorada acabou levando Martins e mais três parceiros catarinense para vestir sua camisa. Enquanto defendia o Alvorada, foi convocado para defender a seleção de Brasília em um amistoso, por comemoração da inauguração da primeira arquibancada de madeira em um estádio da região. O adversário era o Santos de Pelé, um dos seus grandes ídolos, que acabou vencendo o jogo por 6 a 1.  “Começou a partida, e nada do Pelé”, recorda a ausência do Rei. “No começo segundo tempo, o Pepe foi bater um escanteio, eu estava parado e quando olhei para o meu lado esquerdo, tinha entrado o homem. Veio parar do meu lado, o Pepe bateu, a bola subiu, eu saltei e não alcancei a bola e atrás de mim ele deu peixinho e entrou Pelé com bola, poeira e tudo pra dentro do gol. E por ironia, ele ficou enroscado naquela rede velha, de barbante e nós fomos tirar ele de lá da rede”, relembrando o seu confronto contra o Rei do futebol. Martins ainda viria a jogar no futebol catarinense, pelo Barroso de Itajaí, pelo Arco-Íris, pelo Internacional e pelo Grêmio, esses últimos três da cidade de Lajes.

Martins (na direita da foto) recorda seus tempos no Alvorada/GO / Foto: Gabriel Sawaf

Martins (na direita da foto) recorda seus tempos no Alvorada/GO / Foto: Gabriel Sawaf