Debates e Encontro de Coordenadores marcam segundo dia de ENEjor 2025

Por Gustavo Reis | Foto: Ricardo Pereira
O segundo dia do 24° Encontro Nacional de Ensino de Jornalismo (ENEjor) 2025, realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e a Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ), abriu suas atividades da terça-feira (29) com a Mesa 1, de nome “Ensino de Jornalismo: dos currículos à prática laboratorial”, e o 15º Encontro Nacional de Coordenadores de Cursos de Jornalismo, ambos no Auditório John Henry Newman. Além deles, a Mesa 2 “Ensino de fotojornalismo: pedagogia, gênero, memória e convergência”, na Arena Digital, compuseram a primeira etapa de atividades realizadas neste dia.
Com mediação de Guilherme Carvalho, Diretor de Comunicação da ABEJ, e participação de Rodrigo Fraga Massad, Coordenador-Geral de Elaboração de Exames da Educação Superior, Rosemeri Laurindo (Furb) e Marcelo Bronosky (ABEJ/UEPG), a mesa 1 discutiu sobre diversos temas que englobam a produção laboratorial. Os três debatedores trouxeram temáticas variadas e, entre si e com dúvidas do público, convergiram opiniões.
Rodrigo Fraga apresentou um novo método de avaliação dos cursos de graduação. Proposta pelo INEP e apresentado por Fraga, o novo método pretende realizar avaliações trimestrais – divididas, respectivamente, por avaliações internas, externas (em loco) e pelo já existente ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), que é uma avaliação obrigatória para os estudantes concluintes dos cursos de graduação no Brasil.
O projeto tem a intenção de incentivar o reconhecimento ético, a responsabilidade profissional e aproximar a comunidade acadêmica de oportunidades de desenvolvimento acadêmico e profissional, e passará por audiência pública e tem previsão para ser aplicado às universidades a partir de 2026.
Rosimeri Laurindo trouxe temas mais focados a um dos eixos de ensino do curso de jornalismo: os laboratórios de comunicação nas universidades. Laurindo pontua que eles devem ser atrativos para os estudantes e uma memória histórica para além da figura do jornalista:
precisa-se expandir nossas produções de laboratórios em redes multiplataformas […] é fundamental pensar em infraestrutura rigorosa para enfrentar a obsolescência
Além disso, ela pontua que os laboratórios precisam ser vivos e manter uma relação próxima com a sociedade.
Por último, Marcelo Bronosky trouxe o tema “ensino laboratorial e a extensão do jornalismo” para a conversa. Ao trazer dados relevantes a respeito do número de turmas abertas do curso de jornalismo em diversas universidades, Bronosky continuou sua fala exemplificando a diferença entre laboratório e extensão, e critica a operacionalização dos laboratórios, que acaba ‘se mesclando e se confundindo como uma extensão’.
Para finalizar sua fala, Marcelo trouxe fatos institucionais que impactaram na formação de jornalismo, como a revogação da exigência do diploma para o exercício do jornalismo em 2009 e a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) em 2013.
Após a exposição dos três convidados, o mediador Guilherme Carvalho conduziu a sessão de debate e perguntas ao final da mesa. Nela, todos comentaram sobre o novo método de avaliação proposto pelo Inep e o quanto ela se mostra positiva. Carvalho comenta que a maneira atual de avaliação do ensino é generalista, não levando em conta as especificidades de cada curso. Foi exemplificado, também, como será o calendário do novo método – que começará a ser aplicado às salas em 2026.
15° ENCONTRO DE COORDENADORES DE CURSOS DE JORNALISMO
Seguindo a programação do dia, foi realizada, de forma híbrida, uma conversa entre os coordenadores dos cursos de jornalismo de todo o país. Nesse encontro, foram discutidos temas como articulação pela aprovação da PEC do diploma, processos de avaliação do ENADE e planos de qualidade do ensino do jornalismo, além de temas envolvendo o ENEjor.
O evento encerra na quarta-feira (30) e para saber sobre temas, programação e mais informações do evento, acesse o site da ABEJ clicando aqui.