Estudantes universitários enfrentam alta nos preços das cantinas em 2025

por Kauany Barbieri
Estudantes universitários enfrentam alta nos preços das cantinas em 2025

Com a volta das aulas, alunos de diferentes universidades da rede privada de Curitiba reclamam do aumento nos preços dos alimentos

Por: Kauany Barbieri | Foto: Kauany Barbieri 

O aumento dos preços das refeições nas cantinas das universidades privadas de Curitiba têm gerado descontentamento entre os alunos, afetando diretamente sua rotina e orçamento. Muitos estudantes relatam que, ao longo deste ano, notaram uma elevação significativa nos valores, comparando com o praticado no ano anterior. 

O preço de um simples salgado, como a coxinha, passou a variar entre R$ 8 e R$ 12,50 nas instituições da cidade, o que representa um aumento de cerca de 20,0%. O cenário tem impactado diretamente o orçamento dos estudantes, que já enfrentam o alto custo das mensalidades universitárias.

Preço da coxinha em algumas cantinas das universidades citadas | Tabela: Kauany Barbieri

Aumento dos preços

A economista Ana Carolina Tedesco, mestre em economia pela UFPR, aponta uma relação entre o aumento dos preços nas cantinas universitárias e a inflação global. A especialista explica que um dos principais canais para essa repercussão é o câmbio, que atingiu máximas históricas em dezembro de 2024. Esse aumento no câmbio acaba repassado ao consumidor final, impactando diretamente os preços de itens como trigo, óleo, café e carnes,  que sofrem as consequências dessa variação cambial de forma gradual.

Ana destaca que é possível identificar dois fatores principais que explicam o aumento da coxinha. O primeiro é a elevação nos preços de insumos essenciais para a produção, como o frango, cujo preço médio subiu 9,59% em Curitiba entre fevereiro de 2024 e 2025; o óleo, com alta de 12,59%; e a farinha, que teve variação de 1,27%. O segundo fator é a alta demanda pela coxinha no ambiente universitário, o que permite que os fornecedores repassem uma parte maior do aumento de custos para o consumidor final sem perder competitividade.

A estudante da Universidade Positivo Eloyza Fagundes é uma das alunas que se sentem afetadas por essa situação. “Os valores cobrados são injustos, especialmente considerando que já pagamos altas mensalidades. Acumular os gastos mensais com alimentação se torna um absurdo”.

Além disso, Eloyza ressalta que a qualidade da alimentação está deixando a desejar, já que “os alimentos saudáveis costumam ter preços muito altos”. Isso a leva a observar que muitos colegas estão se sentindo prejudicados e até evitando se alimentar devido aos preços nas cantinas. Para ela, é fundamental que a universidade intervenha para garantir refeições a preços mais justos.

Alternativas 

A estudante Cecília Kolson, que cursa Psicologia na PUCPR, também notou os aumentos e criticou os preços elevados. “Na maioria das cantinas percebi que o preço do salgado aumentou. Acho ruim, às vezes preciso comer algo na PUC, mas o preço é desanimador”. Como forma de economizar, ela tem buscado alternativas fora das cantinas, como levar comida de casa.

Kolson destaca que o aumento não é restrito a um único tipo de comida, mas em diversas opções dentro das cantinas. “O preço dos potes de frutas, sanduíches naturais e combos estudantes cresceu mais que os próprios salgados”, explica. Ela acredita que a universidade deveria oferecer opções mais baratas e saudáveis, especialmente para os alunos que não têm outra alternativa. 

A estudante também defende a criação de restaurantes universitários nas universidades particulares, aos moldes do que ocorre nas universidades públicas, como a UFPR, onde é possível comer por R$1,30. “Sou a favor dessa ideia para que a alimentação esteja disponível para todos os estudantes, com um preço único, permitindo que haja um melhor planejamento do orçamento mensal”.

 

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