Bienal do Livro do Paraná deve incentivar o uso de bibliotecas em Curitiba

Evento promete movimentar a cena literária da capital com programação diversificada e foco na inclusão

Por Ana Paula Virgulino, Helen Cristina e Laís Caimi Marquardt | Foto: José Fernando Ogura e Helen Cristina

Curitiba sediará, entre os dias 10 e 19 de outubro de 2025, a primeira edição da Bienal do Livro do Paraná. O evento acontecerá no Viasoft Experience, no campus da Universidade Positivo, e pretende marcar um novo capítulo para a cultura literária no estado, com atividades voltadas à promoção da leitura e à valorização das bibliotecas públicas como espaços de conhecimento e inclusão.

A iniciativa surge para preencher uma lacuna histórica: a ausência de um grande evento literário no Sul do Brasil. Enquanto outras regiões já realizam bienais consolidadas, o Paraná se prepara para promover um espaço que valoriza a leitura, os autores locais e amplia o acesso à cultura na região.

Com funcionamento das 8h às 22h, a Bienal contará com uma programação diversa, acessível e voltada a diferentes públicos, ocupando ginásios, auditórios e demais espaços da universidade.

Procuramos a assessoria da Bienal do Livro do Paraná para obter informações adicionais, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta reportagem.

Atrações para todos os públicos

Voltada a leitores de todas as idades, a I Bienal Internacional do Livro do Paraná promete uma experiência imersiva. A Arena Literária, no Ginásio Poliesportivo, receberá estudantes com palestras, gincanas e quizzes interativos. Já o Teatro Positivo e o Palco Palavra reunirão autores, pesquisadores e artistas em debates, lançamentos e encontros com o público.

Entre os destaques da programação estão:

• Leituras para o Amanhã: um espaço voltado às novas formas de interação com a leitura;
• Espaço Geek: com foco em cultura pop, quadrinhos e literatura fantástica;
• Espaço LGBTQIA+: com curadoria dedicada à diversidade e representatividade;
• Espaço Vozes Negras: que valoriza a produção literária da comunidade negra;
• Conferências com autores renomados e atividades educativas para o público infantojuvenil.

Bibliotecas em transformação

Enquanto o consumo de conteúdo digital cresce, as bibliotecas públicas de Curitiba seguem se reinventando. Mais do que espaços de empréstimo de livros, elas têm se consolidado como centros de cultura, convivência e formação crítica. 

Para Michelle Lourenceto, bibliotecária e arquivista, o papel das bibliotecas públicas ganha ainda mais relevância em um cenário marcado pelo excesso de informações rápidas e superficiais. “Ter acesso à informação pelo celular não significa, necessariamente, adquirir conhecimento. São experiências distintas. A biblioteca oferece curadoria, profundidade e um espaço de troca que a tecnologia sozinha não proporciona”, afirma.

Em Curitiba, a rede de bibliotecas públicas vem se reinventando para acompanhar as transformações. Projetos como o Ler Junto, acesso gratuito à internet, acervos digitais, encontros com autores, oficinas criativas, sessões de RPG e contação de histórias são algumas das iniciativas que ampliam o alcance desses espaços.

Já os Faróis do Saber, distribuídos por diversos bairros, reforçam a presença das bibliotecas nas comunidades e aproximam o livro do cotidiano das pessoas.

Fomento à leitura e à produção local

Hoje, as bibliotecas públicas atuam de forma estratégica na formação de leitores. De crianças a adultos, as atividades variam de jogos de tabuleiro e oficinas a palestras e exposições. A literatura também é usada como ferramenta de socialização e desenvolvimento de habilidades cognitivas.

Além disso, a promoção de autores locais integra a missão de conectar a população com a produção literária paranaense, fortalecendo identidades e democratizando o acesso à cultura.

Para facilitar o acesso e estimular a visitação, a reportagem traz um mapa interativo com a localização das principais bibliotecas públicas de Curitiba. O leitor pode consultá-lo abaixo para encontrar o espaço mais próximo de sua região.

Uma parceria pelo futuro da leitura

A expectativa é que a Bienal do Livro do Paraná se torne um espaço de conexão entre leitores, autores e instituições culturais, incluindo as bibliotecas públicas. Para Lourenceto, a iniciativa representa uma oportunidade estratégica de aproximação com a comunidade. “É o momento ideal para que as pessoas descubram tudo o que a biblioteca pública oferece, da acessibilidade aos eventos culturais, passando pela promoção da leitura e da cidadania”, destaca.

Em meio à avalanche de informações e à crescente disseminação de fake news, as bibliotecas se consolidam como espaços seguros e confiáveis de acesso ao conhecimento. Mais do que armazenar livros, elas oferecem curadoria qualificada, acolhimento e incentivo ao pensamento crítico. “O maior desafio hoje é desfazer a ideia de que o livro se tornou obsoleto ou desnecessário”, avalia a bibliotecária.

A Bienal do Livro do Paraná propõe-se a ir além da realização de um evento literário. Com foco na formação de leitores e na valorização da cultura escrita, a iniciativa busca integrar as possibilidades do universo digital com a tradição do livro impresso, incentivando o acesso à leitura e ao conhecimento em diferentes formatos.

Teste seus conhecimentos

Convidamos você a testar o quanto sabe sobre os espaços de leitura da capital. Preparamos um quiz interativo sobre as bibliotecas públicas de Curitiba, suas histórias, serviços e curiosidades.

Confira abaixo: