Alienação é tema de peça no Festival de Curitiba

“Manual de autodefesa intelectual” traz assuntos como superstição, religião e política para debate com o público
Por Henrique Zanforlin e Mariana Castilho
A peça “Manual de autodefesa intelectual”, escrita e dirigida por Fernando Kinas, chega à Curitiba no Teatro Sesc da Esquina, após três temporadas seguidas em São Paulo. A obra conta com danças, músicas, vídeos, e inclusive mágicas, que ajudam a deixar o espectador atento enquanto assuntos mais sérios são passados, fazendo com que pensamentos filosóficos e complexos se tornem mais compreensíveis de forma interativa.
Segundo Leonardo Pozik e Sandra Fernandes, que foram assistir a peça, a expectativa era alta, “Nossa expectativa é de conhecer coisas novas, abrir a mente para aquilo que o festival tem de melhor para trazer pra gente, que é pensar fora da caixa”. Sandra ainda afirma que o movimento teatral costuma ser esquecido e eventos como o Festival tornam os espetáculos mais acessíveis, “Traz o teatro pra perto de quem não tem contato com isso, como por exemplo, as peças que são gratuitas e as peças de rua”.
A atriz Fernanda Azevedo, vencedora do Prêmio Shell de melhor atriz, comenta que a naturalidade dos atores em cena é consequência de como a Kiwi Companhia de Teatro produziu a obra, “Tudo o que foi colocado na peça foi discutido com a equipe, então tudo que está em cena tem um pouco de todos nós”. O ator Vicente Latorre expõe o trabalho necessário para produzir a peça que tem duas horas de duração, “A gente ficou um ano trabalhando, estudando e lendo sobre esse tema das crendices, da religião, da questão política, enfim, tudo aquilo que a obra de alguma forma aborda”.
Ambos os atores entrevistados comentaram sobre o público curitibano ser interativo e acolhedor. Latorre, que há 18 anos realizou uma apresentação no Teatro Fernanda Montenegro, diz: “Não é um espetáculo de fácil gestão em alguns momentos, já em outros, pelo bom humor, consegue trazer as questões em cena”. Assim, a peça “Manual de autodefesa intelectual”, coloca-se no centro entre teatro, escola e entretenimento.