Comédia e existencialismo no Fringe

Peça mineira do circuito paralelo trata de temas delicados de forma leve e engraçada

Por Ana Clara Braga, Fernanda Xavier e Mariana Meyer

A peça “Ela não é Simone. Ele não é Ninguém”, em cartaz no Auditório Brasílio Itiberê até Terça-Feira (03), retrata uma atriz frustrada, insegura, viciada em remédios psiquiátricos e que tem como único amigo alguém que criou em sua cabeça.

Com referências da vida real, a peça trata do existencialismo de forma engraçada, dinâmica e com quebras da quarta parede. Por coincidência, o ator e escritor do espetáculo divide o nome com um dos maiores nomes do pensamento existencialista, o filósofo francês Jean-Paul Sartre.

Os protagonistas da peça, Isabella Assis e Sartre, queriam desde o princípio montar uma peça juntos. Então o ator escreveu a peça, ainda quando estudava teatro, inspirado na atriz e no meio em que eles vivem. O espetáculo estreou no ano de 2015 na cidade natal de ambos, Belo Horizonte.

Para abordar o tema de vícios e drogas, os atores contam que foram atrás de especialistas, para verificar a melhor maneira de tratar o assunto: “Fomos atrás de psicólogos para não brincar com um tema que é sério”.

É a primeira vez que a dupla sai de Minas Gerais para se apresentar. Sartre conta que participar do Festival de Curitiba sempre foi um sonho: “Desde o começo, o Fringe era um dos motivos de produzir essa peça. Estou realmente impressionado com a organização, com o clima que o festival gera, com os espaços, a experiência está sendo muito satisfatória”.

O ator comenta que em Belo Horizonte também ocorre um festival de teatro, chamado Festival Internacional de Teatro (FIT), que se assemelha à mostra principal do Festival de Curitiba. Ele conta que participa do “Coletivo em Minas”, que tem como objetivo a criação de uma mostra paralela ao FIT , que abra espaço aos pequenos grupos que estão começando (semelhate à proposta do Fringe em Curitiba), porém, o grupo ainda não obteve sucesso.

“Ela não é Simone. Ele não é ninguém”