Peça do Fringe aborda violência doméstica

Peça Ímpeto expõe a violência contra a mulher com música e dramaturgia

Por Cesar Chalegre e Henrique Zanforlin

A peça Ímpeto ocorreu nesta terça-feira dia (03), na casa Hoffmann, localizada no Largo da Ordem. A apresentação acontece logo após o mês da mulher, momento em que se discute muito o empoderamento feminino na sociedade. A peça aborda o tema fazendo com que o espectador coloque-se no lugar da vítima, entendendo e sentindo suas dores e angústias.

Segundo a atriz e autora Caroline Amantino, a peça foi baseada em um caso de violência vivido por sua amiga, que chegou a ser espancada na rua e teve que ir para a UPA. “Eu comecei a escrever e comecei a sentir tudo o que ela sentia, para mim, eu estava sendo ela naquele momento… E eu escrevi um poema bem extenso, que a gente trabalhou em tudo aqui”. Para ela, as artes cênicas exercem empatia com a plateia. “Adoramos trabalhar o contexto de simbolismo, do expressionismo, trazer a realidade para as pessoas de uma forma que elas vivam aquilo. No teatro, nós aprendemos a fazer a plateia sentir o que estamos sentindo”.

Liz Martins, que, além de atuar, também canta na peça, acredita que o Festival de Teatro de Curitiba pode conduzir a outras artes. “Assisti a uma peça no sábado, que se chama “Para Não Morrer” e ela me levou a ler um livro que baseou a peça… Tem gente que, às vezes, não é tocada pela peça, mas alguma coisa já mudou ali.”.

O público se emocionou em todos os momentos, sentindo o que há por trás das agressões presentes na sociedade. O estudante de Artes Cênicas Arthur Augustus recomenda o espetáculo. “Se alguém precisar se resolver ou questionar isso dentro da sua cabeça, indico muito que assista, com certeza vai ter um outro ponto de vista. Também recomendo às pessoas que sofrem pelo tema tratado, para elas se identificarem e saberem que não estão sozinhas”.

A peça terá sua última apresentação na quinta-feira (05) às 16:00, na casa Hoffmann.