A implantação de carros elétricos em Curitiba

por Fatos
A implantação de carros elétricos em Curitiba

Nova tecnologia oferece uma alternativa sustentável e não poluente para a cidade

Por Matheus Koga

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, anunciou durante a Smart City, evento de empreendedorismo ocorrido em março em Curitiba, a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores de veículos elétricos e híbridos e uma solicitação ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para a dispensa de pagamento de impostos de veículos com propulsão elétrica.

Curitiba faz parte da Smart21, um conjunto de 21 cidades inteligentes por todo o globo. Os seis continentes estão representados e a capital do Paraná é a única representante da América Latina no grupo.

A montadora francesa Renault, líder em veículos elétricos no Brasil e na Europa, patrocinou o congresso Smart City. Nos dias 21 e 22 de março, a empresa promoveu test drive de veículos elétricos.  O responsável pela divulgação de produtos da Renault Lucas Hansen, ressalta a importância do evento. “Smart City é o maior congresso mundial voltado a debater e promover ideias sobre cidades inteligentes. Pelo segundo ano consecutivo o evento recebeu o patrocínio da Renault”.

Hansen disse que que o mercado automobilístico está preparado para a nova alternativa. “Notamos um interesse cada vez maior dos clientes em veículos elétricos. Em 2018 por exemplo, o número de veículos elétricos cresceu 75% no mundo, isso impulsionado pelas políticas públicas que estimulam o uso de veículos com baixo impacto ambiental”.

O proprietário de carro híbrido (carro equipado com dois motores: um de combustão que utiliza combustível comum e outro elétrico), Mateus Henrique, conta que comprou o carro importado com a intenção de economizar nos combustíveis e diz que o investimento valeu a pena. “Paguei bem mais caro que os carros convencionais pois quando comprei não havia fabricantes no Brasil, mas fazendo as contas agora, economizei bastante”.

A startup paranaense localizada em Pinhais, Hitech Eletric, vende carros elétricos para uso pessoal ou empresarial. Os automóveis possuem um custo menor de manutenção e abastecimento comparados com carros normais. Diferente de outros modelos, os carros da Hitech podem ser carregados em tomadas domésticas convencionais, e não precisam de uma estação especial de recarrega.

O relações públicas da Hitech, Mateus Renosto, relata que os clientes que procuram a empresa fazem uma pesquisa breve. “Geralmente quando o cliente chega até nós, ele está pesquisando por carros elétricos ou procurando alguma forma de economizar na sua empresa”.

Renosto conta que enquanto o consumidor comum pode ter uma certa resistência por conta do modelo não convencional do carro, consumidores empresariais somente estão focados na economia gerada pelo veículo. “O comprador comum adquire o carro por entusiasmo, por querer um carro que faça bem ao meio ambiente. As empresas se interessam pelo retorno financeiro que o carro oferece na questão de gestão de frota. Segundo Renosto, o próximo passo da startup é fabricar o carro no Brasil. “Importamos da China, mas detemos a utilização da marca. Nós trazemos o carro para a realidade do país”.

Para o mestre e doutorando em gestão urbana André Turbay, o impacto dos carros elétricos é ótimo para o meio ambiente, mas gera gastos para a cidade. “Em Curitiba, 72% dos gases de efeito estufa são emitidos por veículos a combustão. Caso implantados, os motores elétricos diminuirão essa taxa. Mas a infraestrutura deve se adaptar, oferecendo opções de carregamento elétrico e fontes locais de energia, como painéis fotovoltaicos”.

Turbay defende que também deve haver uma solução para o transporte público. “O carro elétrico é um transporte individual, temos que pensar além disso na mobilidade urbana e realizar conexões intermodais para não ter tantos congestionamentos”. De acordo com o gestor, é necessário pensar em uma construção geral de mobilidade, envolvendo todos os meios de transporte.

Automóveis comuns perdem espaço para novas alternativas

A poluição e o caos dos congestionamentos levam usuários a migrarem para outros meios

Os carros movidos a combustão podem estar com seus dias contados. Novas alternativas estão surgindo para substituir o meio de transporte. Com a possível extinção do petróleo, empresas e cidades vêm pensando em novas maneiras de mobilidade, como diz o mestre em gestão urbana André Turbay. “O petróleo tem um tempo estimado para durar mais 20 anos. Isso é muito ruim, tanto no planejamento urbano quanto no planejamento de indústrias automotivas, já que os principais meios de transporte utilizam do recurso”.

De acordo com a pesquisa rankeada da Tom Tom Traffic Index, Curitiba é a nona cidade com o trânsito mais caótico do Brasil. É um veículo para cada 0,7 pessoas, como mostra a pesquisa do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) juntamente com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa, divulgada no final do mês de março realça a importância de buscar outras opções de locomoção. Os ônibus, por transportarem mais do que as cinco pessoas que podem ocupar um automóvel, é responsável por Curitiba não ocupar um lugar maior na lista.

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