Brasil tem grande demanda por carros elétricos

por Marina Rodrigues Lopes
Brasil tem grande demanda por carros elétricos

Com a chegada de novos carros elétricos no mercado, o público aguarda o início das vendas e o aumento de opções

Por Mariana Meyer

O Bolt EV, carro 100% elétrico da Chevrolet, terá seu primeiro lote de vendas no Brasil no segundo semestre deste ano. O carro será vendido com o preço inicial de R$ 175 mil e terá uma autonomia de 383 quilômetros sem precisar de recarga.

O diretor geral da Concessionária Chevrolet CCV, Mario Storelli, explica que, considerando que o carro elétrico é uma novidade no Brasil, o público não imagina como é andar em um carro como o Bolt, com toda tecnologia e modernidade que oferece. “Os carros elétricos já são um sucesso no Brasil, só faltam chegar. Nós estamos tendo muita procura e demanda, muita gente já quer mais opções para comprar o carro e os próprios governos estão oferecendo vantagens para quem compra carros elétricos.” O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, assinou um projeto de lei propondo a isenção de impostos e taxas para carros elétrico. Segundo o portal da Secretaria da Fazenda, a medida incentiva a produção e o uso dos veículos mais ecologicamente corretos.

O Bolt compete com o Renault ZOE que está no Brasil desde 2013, porém, só neste ano passou a ser comercializado com o público geral — até 2018 a Renault vendia seus carros elétricos apenas para empresas interessadas em comprar veículos com emissão zero. O ZOE está na faixa de R$ 150 mil, R$ 25 mil mais barato que o Chevrolet Bolt. Entretanto, possui uma bateria com autonomia de 300 quilômetros, 83 quilômetros a menos que o Bolt. De acordo com o diretor de comunicação da Renault, Caique Ferreira, a empresa é líder em carros elétricos no Brasil e na Europa. “O mercado mundial, assim como o brasileiro, ainda consome mais veículos à combustão do que elétricos. Entretanto, no Brasil já temos mais de 200 veículos 100% elétricos em circulação. No último mês entregamos a 20ª unidade para o cliente final desde o lançamento no salão do automóvel e um novo lote já está chegando ao país para ser comercializado.”

A startup de desenvolvimento de veículos elétricos Mobilis planeja trazer o Li, novo carro elétrico que custará R$ 65 mil e que terá uma autonomia de 100 quilômetros — pensado para usuários que usam os carros para viagens rotineiras, como ir ao trabalho e voltar, levar os filhos à escola e voltar, etc. O diretor comercial da empresa, Erico dos Reis, explica que o público sabe dos lados positivos dos carros elétricos, e é por isso que a demanda no mercado é tão grande. “Todo mundo sabe que os veículos elétricos não têm nenhuma emissão direta, não têm ruído, a manutenção é muito mais baixa. E, se for levar em conta o preço do combustível, a redução de custo por ano é de entre R$ 12 mil e 16 mil. E o nosso veículo, comparado aos outros, tem uma diferença de preço que se paga em dois anos.”

Daniel Henre, que possui uma Tesla modelo S, comercializada por R$ 745 mil no Brasil e com uma autonomia de 426 quilômetros, conta que existem muitos benefícios em ter um carro elétrico. “A economia com a gasolina é o principal. Carregar um carro elétrico é muito barato e quase não tem manutenção. O carro elétrico também é muito mais eletrônico e moderno, de maneiras que carros movidos a gasolina não são. Acredito que o futuro são veículos elétricos.”

O carregamento dos carros é acessível, podendo ser carregado em casa com uma tomada residencial e também existe a possibilidade de ser carregado em eletro-postos, estações públicas de carregamento rápido. Porém, não é tão rápido quanto o abastecimento de carros movidos a gasolina e álcool. O professor de engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), João Américo Vilela, afirma que esse fator pode ser um empecilho para o comprador e que existirá uma necessidade de adaptação da sociedade para quando existir mais carros elétricos nas ruas.

Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil possui potencial para vender 150 mil carros elétricos por ano, chegando a 5 milhões de veículos zero emissão até 2030.

 

Primeiro carro movido por eletricidade, gasolina e etanol é lançado no Brasil

Toyota anuncia fabricação do primeiro modelo de carro híbrido flex do mundo, que será fabricado no Brasil

Na última quarta-feira (17), A Toyota anunciou o lançamento do primeiro carro híbrido flex do mundo, que será produzido em São Paulo, na cidade de Indaiatuba. O carro será do modelo Corolla e será movido tanto por eletricidade como por gasolina e etanol.

Atualmente, existem apenas sete modelos de carros híbridos à venda no Brasil — o mais barato sendo o Toyota Prius, custando R$ 126.600,00 e também leva o título de “carro mais econômico do país.” Guilherme Borges, que possui o Porsche Panamera Hybrid, o carro híbrido mais caro do país, custando R$ 529 mil, conta que a sensação de andar em um carro mais ecologicamente correto faz valer a pena o preço do automóvel. “Ele é um carro muito potente, mas eu ando com ele 80% do tempo na cidade, então nem preciso de tanta potência assim. Mas a sensação é muito boa, e acredito que a tendência é que mais pessoas comecem a ter carros híbridos e elétricos.”

O Rota 2030, novo programa do governo que define regras para a fabricação de novos carros produzidos no Brasil, alterou a lei para carros híbridos e elétricos, diminuindo os impostos. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) teve faixa reduzida de 7% a 25% para 7% a 20% — a alteração deixou os automóveis com menor emissão mais baratos. Para carros como o novo Corolla híbrido flex, o programa permitiu que tenha dois pontos percentuais de desconto no IPI.

O professor de engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), João Américo Vilela, afirma que o Rota 2030 é uma medida importante para incentivar uma maior produção e aumento do uso de carros mais ecológicos.

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