Mostras do 11.ª Olhar de Cinema reuniram em Curitiba 100 filmes independentes de 40 países

Festival promoveu atividades como seminários e sessões de exibição em diversos pontos da capital paranaense
Por Maria Fernanda Carvalho | Foto: Maria Fernanda Carvalho
Cerca de 100 filmes do cinema independente de 40 países fizeram parte da programação da 11.ª edição do Olhar de Cinema-Festival Internacional de Curitiba, entre 1° e 9 de junho. Os espectadores tiveram oportunidade de acompanhar as sessões nas salas do Cine Passeio, Cinemateca de Curitiba, Cinemark, Teatro da Vila e Museu Oscar Niemeyer. O filme apresentado na noite inaugural foi “Vai e Vem”, dirigido e estrelado por Chica Barbosa e Fernanda Pessoa. O longa-metragem revela a troca de cartas em forma de filme entre as duas amigas ao longo da pandemia. Para cada carta, as diretoras escolheram o estilo de uma cineasta diferente como inspiração.
O ator Cadu Scheffer, do grupo Tesão Piá, esteve presente na abertura. “O filme da abertura realmente me surpreendeu”, afirmou o humorista. “Eu fui levado pelas narrativas, pelas atrizes e pelas texturas que o filme entregou. Impossível não se identificar com alguma coisa desse documentário que retrata a pandemia de maneira tão sincera. Gostei muito da edição do filme também.” Scheffer diz que o Olhar de Cinema se confirma como um festival muito importante para a classe artística e para a cultura curitibana. “Muitos diretores e diretoras com trabalhos incríveis pousando na nossa cidade, às vezes de graça, ou com preços super acessíveis. Ganha todo mundo. Além de ser um festival que revela vários nomes da sétima arte pro mundo.”
Os filmes, nacionais e internacionais, foram divididos em dez mostras. Antes das sessões, a maioria das exibições contou com uma fala, por vídeo ou presencial, de seus respectivos diretores e de suas equipes, em que se debatia a produção e a mensagem das obras.
Esse foi o retorno presencial do Olhar de Cinema após dois anos de edições remotas, devido à pandemia. Mesmo assim, os organizadores também mantiveram sessões on-line de 7 a 9 de junho. A programação contou ainda com seminários que abordaram questões relativas ao cinema. Um deles foi um diálogo sobre as produções de Su Friedrich, diretora norte-americana que teve seus filmes homenageados na mostra Olhar Retrospectivo. Outros temas foram “O lugar do documentário na era da pós-verdade”, “De Curitiba pras telas: os desafios da atriz no mercado audiovisual brasileiro”, “Etapas do desenvolvimento- da ideia à produção”, “Políticas públicas e práticas antirracistas no audiovisual” e “A tradução em Libras no cinema: conquistas e desafios”.
Após uma semana de evento, o 11° Olhar de Cinema se encerrou com a exibição do filme “Todo Mundo Já Foi Pra Marte”, um documentário em animação, dirigido por Telmo Carvalho, que reuniu 37 animadores cearenses para expressar o que viveram e sentiram durante a pandemia. A programação de encerramento também incluiu a cerimônia de premiação dos filmes do festival. O vencedor do Prêmio Olhar de Melhor Filme foi o longa indiano “Uma noite sem saber nada”; o Prêmio Olhar de Melhor Curta-Metragem foi para “Mal di Mare”; e “Freda” recebeu o Prêmio Especial do Júri.
Confira todos os premiados do evento:
Mostra Competitiva
Prêmio Olhar de Melhor Curta-Metragem :“Mal di mare”, João Vieira Torres
Prêmio de Contribuição Artística: Rita Azevedo Gomes (Diretora do filme Trio em mi bemol)
Prêmio Especial do Júri: “Freda”, Gessica Généus
Prêmio Olhar de Melhor Filme: “Uma noite sem saber nada”, Payal Kapadia
Prêmio de Melhor Longa Brasileiro das Mostras Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares :“7 cortes de cabelo no congo”, Luciana Bezerra, Gustavo Melo, Pedro Rossi
Prêmio de Melhor Curta Brasileiro das Mostras Competitiva e Outros Olhares :“Garotos Ingleses”, Marcus Curvelo
Mostra Novos Olhares
Melhor longa-metragem :“Jet Lag”, Xinyuan Zheng Lu
Menção Honrosa: “Grace Tomada Única”, Lindiwe Matshikiza
Mostra Outros Olhares
Melhor longa-metragem: “Poeta”, Darezhan Omirbayev
Prêmio do Público: “Freda”, Gessica Généus
Júri Abraccine: “Freda”, Gessica Généus
Júri AVEC-PR
Prêmio AVEC-PR Hugo Mengarelli: Melhor filme – “O hábito de habitar”, Nicolás Pérez
Menção honrosa do Júri AVEC-PR: “Upa Neguinho”, Douglas Carvalho dos Santos