Agronegócio é destaque em debate entre candidatos ao Senado Federal

Organizado pelo CASP-PUCPR com apoio dos cursos Multicom, o evento teve a participação de sete candidatos

Por: Maria Luísa Cordeiro | Foto Igor Barrankievicz

O agronegócio foi um dos temas que mais ganharam a atenção dos candidatos ao Senado Federal pelo Paraná que participaram, nesta terça-feira (20), do debate promovido pelo Centro Acadêmico Sobral Pinto, do curso de Direito da PUCPR. Estiveram presentes Aline Sleutjes (Pros), Desiree Salgado (PDT), Dr. Saboia (PMN), Laerson Matias (Psol), Orlando Pessuti (MDB), Roberto França (PCO) e Rosane Ferreira (PV/PcdoB/PT). 

A candidata Aline Sleutjes (Pros) defendeu a política atual do governo federal para o agronegócio, que ela classifica como “o coração, a locomotiva do país”. A pandemia aumentou o preço dos alimentos, porém, segundo ela, já estão sendo criadas políticas públicas federais para baixar o preço do combustível, o que irá contribuir para a queda do preço na alimentação. 

O candidato Laerson Matias (Psol) defende mudanças na matriz agrícola do Paraná. Para ele, o governo federal tem que incentivar a produção de alimentos sem agrotóxicos. Voltar as atenções para o pequeno produtor é a proposta de Rosane Ferreira (PV). A candidata afirma que mesmo o Paraná sendo grande vendedor de grãos, a fome é realidade. “Temos lá em Paranaguá o nosso principal porto e temos lá um cinturão de pobreza, onde as pessoas sofrem muito para ter acesso a alimentação básica”, afirma. 

STF

O papel do Supremo Tribunal Federal (STF) na sociedade brasileira foi outro tema que dividiu candidatos ao Senado. Roberto França (PCO) apoia a deposição dos atuais ministros da Corte para que sejam substituídos por juízes sejam eleitos pelo povo. “Não defendemos a violência aos membros pro Tribunal [STF], mas não defendemos a existência dele”.  

Ao reafirmar a importância do Supremo Tribunal Federal (STF) para o Estado brasileiro, Desiree Salgado (PDT) criticou quem defende que a Corte seja fechada. “Precisamos ter um controle social sobre as instituições e não defender de maneira irresponsável o seu fechamento”, afirma.

Educação

Desiree apresenta a educação como pauta primordial em suas propostas. O investimento nas universidades, incentivar escolas em tempo integral e renovar o Novo Ensino Médio estão entre as prioridades da candidata.

O candidato Laerson (Psol) defende a federalização da educação básica, ou seja, que o ensino básico seja responsabilidade da União. Ele complementa defendendo a igualdade de condições de todas as escolas, a mesma estrutura física, conteúdo pedagógico e salário de professor para todo o país. Em contrapartida, Rosane Ferreira (PV) acredita na municipalização, uma vez que o município está em maior contato com a sociedade. 

Experiência x juventude

Orlando Pessuti (MDB), devido a outros compromissos, participou apenas da primeira parte do debate. Para ele, não é a idade que define o que é renovação. A mudança e transformação do senado se faz com novas ideias. “Entendem que a renovação se faz apenas com uma cara mais nova ou mais bonitinha, mas não é assim. Ela se faz mudado postura e comportamento”, disse. Seguindo a mesma argumentação, o candidato Dr. Saboia também defende uma renovação de ideias.

Para Aline Sleutjes (Pros), o Senado deve retratar também a voz da juventude. “Está na hora de exercer o direito de democracia, começando agora nessas eleições”, afirma. Assim como o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, para Sleutjes o pilar do futuro é pátria, família, liberdade e Deus. 

Mercado de trabalho

A candidata Aline Sleutjes (Pros) propõe desburocratizar e facilitar a abertura de vagas de emprego. O candidato Dr. Saboia aposta no sistema financeiro cooperado para uma retomada econômica. “A saída do Brasil para ele crescer em termos de investimento, geração de emprego e principalmente investindo na pequena empresa é através das cooperativas de garantia de crédito.” 

Outra proposta é de Rosane Ferreira (PV), que defende a facilitação da inserção do jovem no mercado a partir de investimento em tecnologia e geração de riqueza e renda. “Temos que investir na população, temos que investir em novas tecnologias e novos mercados de trabalho para que tenham oportunidade. A sociedade é um todo, não existem castas”, afirma. 

Saúde pública

A candidata Desiree (PDT) apoia um projeto de descentralização do atendimento médico das grandes cidades, para evitar que pessoas doentes precisem viajar. Para Desiree, deve-se criar um complexo industrial de saúde (pesquisas e produções nacionais), além de pensar um projeto de carreira para os profissionais de saúde, começando em pequenas cidades e progredindo. Por fim, ela destaca a saúde mental e saúde nutricional como assuntos importantes. “A saúde não pode ser tratada como um bem no mercado, precisa ser tratada como um serviço público”, destaca. 

Para o candidato Dr. Saboia, os problemas na saúde pública devem ser resolvidos por meio de consórcios intermunicipais. 

Meio ambiente

Roberto França (PCO), afirma que as ONGs destroem o país. Para ele, deve-se levar energia elétrica para a Amazônia, além de ser um espaço de industrialização e exploração de urânio. Em contraponto, Laerson Matias (Psol) diz se preocupar com a destruição da Amazônia. O candidato critica fortemente as ações do governo federal. “A responsabilidade sobre a integralidade do território nacional, sobre a proteção das matas é do nosso país.” Além de defender o uso de energia limpa, como eólica e solar. 

O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e o candidato do governo federal e estadual Paulo Martins (PL) não compareceram, por indisponibilidade de agenda. O candidato à reeleição Alvaro Dias (PODEMOS) afirmou que não está participando de debates.