Armazém da Família exclui 33 mil famílias

por Portal Comunicare
Armazém da Família exclui 33 mil famílias

uase 37 mil famílias puderam ingressar no programa Armazém da Família desde 2013, graças ao aumento do limite de renda estabelecido pela Prefeitura de Curitiba. Curitiba, 26/05/2015 Foto: Everson Bressan/SMCS

Novos critérios e atualização de cadastro elimina usuários

Por Mateus Henrique Bossoni

Mais de 33 mil famílias foram excluídas, nos últimos dois anos, do programa Armazém da Família, que dá acesso a produtos industrializados com uma média de 30% de economia e passou a funcionar sob novos critérios. A iniciativa é administrada pela Prefeitura de Curitiba e tem aproximadamente 137 mil cadastros ativos, entre os 260 mil  totais.

Os 33.577 cadastros de famílias foram excluídos, em trabalho realizado em conjunto com a Secretaria Municipal do Abastecimento (SMAB), após a adequação dos usuários, diante de mudanças recentes. A Prefeitura aumentou, em 2013, o limite para uso do programa, de R$ 1.395 para 3,5 salários mínimos. Além disso, a SMAB passou a exigir a renovação anual do cadastro.

“Com a atualização do limite de renda familiar, acompanhado do uso de pontos de controle mais severos do cadastro, foram excluídos muitos usuários que não teriam direito ao programa, mas participavam, desviando o programa de seu objetivo social”, afirma o secretário municipal de Abastecimento, Marcelo Munaretto, por meio do site da Prefeitura de Curitiba.

A Prefeitura informa que, apesar dos bloqueios, novas ações de controle permitiram o ingresso de 36.818 famílias no programa desde 2013.

Curitiba possui 32 unidades fixas de abastecimento, que comercializam gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza. Os Armazéns da Família atendem de terça a sexta-feira, entre 8h45 e 17h15; e aos sábados, de 8h30 a 13h.

 

Sacolão da Família também vende produtos mais baratos

Outro programa que vende alimentos a preços mais baixos em Curitiba é o Sacolão da Família, criado em 1997 e que trabalha com uma política de preço único. Entre os usuários está a aposentada Cleuza Aparecida da Silva, moradora de Araucária e que, quando passa pelo terminal de ônibus do Pinheirinho, aproveita para comprar no Sacolão. Ela elogia a qualidade dos produtos.

Já a consumidora Fabiana de Oliveira, que mora no Boqueirão e também adquire frutas e hortaliças no Sacolão do Pinheirinho, diz que existe diferença significativa entre os estabelecimentos. Segundo ela, alguns sacolões têm mais variedade e qualidade que outros, e é por esse motivo que ela se desloca de seu bairro até o Pinheirinho.

A SMAB afirma que o Sacolão da Família atua como uma ferramenta importante no incentivo ao maior consumo de frutas e hortaliças e declara que busca oferecer produtos de qualidade ao consumidor.

 

Programas são modelo para projeto nacional

Tanto o Armazém quanto o Sacolão da Família estão sendo utilizados como modelo para a elaboração de um pacto federativo em prol da segurança alimentar. Proposto pelo governo federal, o projeto que visa nacionalizar programas curitibanos como esses – o Nossa Feira também faz parte do grupo – deve tomar forma até novembro deste ano.

Segundo o governo federal, a proposta é construir uma política para que o avanço na segurança alimentar aconteça em todo país – o número de cidades que vão aderir aos programas, porém, ainda não está definido. A discussão é feita pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), entidade que deve concluir todos os projetos na 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar  e Nutricional, que acontecerá no início de novembro.

Autor