Bastidores técnicos do TUCA revelam infraestrutura segura e adaptada

Teatro foi planejado e estruturado para prevenir incêndios, adotando sistemas e materiais que retardam a propagação do fogo e garantem a segurança de seus frequentadores em situações de emergência
Por Allison Thiago, Eduardo Bertolli, Felipe Augusto, Felipe da Luz | Foto: Eduardo Bertolli
Reinaugurado em 2021 com estruturas modernizadas para atender às normas de segurança contra incêndio, o TUCA, Teatro Universitário da PUCPR, passou por uma reforma que incluiu a instalação de cortinas anti chamas, portas corta-fogo vedadas em todos os acessos, bloqueando completamente a passagem das chamas e cadeiras com materiais menos inflamáveis. Todas as edificações foram desenhadas e são vistoriadas constantemente pelos bombeiros.
As portas corta-fogo são do tipo P-90, o que indica que têm resistência ao fogo por um período de até 90 minutos. Estas portas possuem sistemas de fechamento automático e vedação termo expansiva, prevenindo a disseminação de chamas e fumaça entre os espaços da construção. Elas são colocadas em pontos estratégicos, tais como entradas para o palco, coxias e rotas de fuga, assegurando a proteção dos ocupantes e simplificando a fuga em situações de emergência.Além das portas, hidrantes, saídas de emergência e demais itens de segurança são vistoriados com frequência pelos bombeiros, que emite as licenças de funcionamento de combate a incêndios.
Após a reforma do TUCA, foram instaladas cortinas que não conduzem fogo e cadeiras menos propícias a incêndios. Segundo Filipe Ignes, o Diretor de Operações da PUC-PR, é praticamente impossível não ter nenhum estofado ou tecido não inflamável. Para que isso ocorra, é necessário fazer tratamentos frequentes nos componentes, o que tornaria inapto para utilização. Portanto, se conduz uma faixa de periculosidade em relação ao incêndio, ou seja, se certo material pegar fogo, ele não pode direcionar o fogo na mesma velocidade que os outros objetos.
A estrutura do teatro não evita que ele sofra incêndios, mas o fogo dentro dele se propaga em velocidade baixa, para que haja tempo suficiente das pessoas presentes evacuarem. Além disso, as prevenções do incêndio do Bloco Azul reagiram como planejado, a proporção das queimadas se direcionou ao último andar, se espalhando pelo telhado do prédio.
O arquiteto Antônio Abrão, com atuação em diversas obras do campus da PUC-PR, relatou à reportagem que para garantir a segurança do público e dos profissionais, o teatro passou por um projeto completo de prevenção contra incêndio, seguindo todas as exigências previstas pelo Corpo de Bombeiros. O planejamento incluiu o dimensionamento das circulações, portas e rotas de fuga, além da instalação de hidrantes, extintores, cortinas corta-fogo na boca de cena e materiais com tratamento retardante de chamas. Todo o projeto, chamado de PPCI (Projeto de Prevenção Contra Incêndio), foi elaborado por um profissional contratado pela PUCPR, com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e aprovação do Corpo de Bombeiros. Com essas medidas, o espaço obteve o alvará de funcionamento e reforça o compromisso com a proteção em casos de emergência.
O teatro atende aos critérios estabelecidos no Decreto Estadual no 1.692/2007, que estabelece as normas de segurança contra incêndio e pânico no Paraná. A lei requer que construções com mais de 100 ocupantes possuam salvaguardas, sinalizações luminosas, dispositivos de combate a incêndio (como extintores e hidrantes), além de compartimentos com portas corta-fogo em áreas de perigo.
Eduardo Bertolli/ Porta corta-fogo P-90 do Bloco Vermelho, idêntica ao modelo que havia no TUCA.
A antiga plateia, antes formada por uma única rampa, foi reformulada com a criação de patamares, o que possibilitou uma melhor disposição das poltronas e maior conforto ao público. As rampas permaneceram apenas nos corredores de circulação, facilitando o acesso.
A infraestrutura técnica também passou por ampla modernização. Foram renovadas a cabine de comando, as passarelas e os urdimentos, além da instalação de novas varas para luz e cenários, cortinas, sistemas de som e iluminação, camarins individuais e coletivos, plataforma de acessibilidade ao palco, novo piso em madeira freijó e cortinas de veludo.
Projetado em 1995 pelo arquiteto Manoel Coelho, o Teatro TUCA se consolidou como um dos principais espaços culturais da PUCPR. O local abrigava uma ampla variedade de atividades acadêmicas e artísticas, como o de palestras e formaturas, a peças teatrais, apresentações musicais, corais, espetáculos de dança e sessões de cinema, atendendo tanto ao público interno quanto externo.