Curitiba flexibiliza restrições com 102% de ocupação dos leitos de UTI para covid-19

por Guilherme Seisuke da Silva Araki
Curitiba flexibiliza restrições com 102% de ocupação dos leitos de UTI para covid-19

Capital do estado volta para a bandeira laranja mas em estado de alerta, segundo a prefeitura

Por Guilherme Araki | Foto:

Após nove dias sob bandeira vermelha e com restrições mais rígidas, Curitiba voltou na última quarta-feira (09), dia em que registrou 102% de ocupação dos leitos de UTI SUS para covid-19, para a bandeira laranja. A medida permite o funcionamento de atividades e serviços com regras mais flexíveis, novos horários e modalidades de atendimento. Junto à mudança de bandeira, foi anunciada a liberação do funcionamento de restaurantes e lanchonetes neste domingo (13), para oportunizar a comemoração do dia dos namorados sem aglomeração, de acordo com a prefeitura.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), as ações para redução de circulação de pessoas durante a bandeira vermelha surtiram efeito, tendo a taxa de transmissão caído de 1,16 para 0,89 (o indicador mostra o possível número de novos contaminados por cada pessoa na fase ativa da doença). Porém, o biólogo e cientista Lucas Ferrante, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), afirmou em discurso na tribuna livre da Câmara Municipal de Curitiba, na sessão da última quarta-feira (09), a urgência de um isolamento eficaz para salvar vidas e garantiu que Curitiba não seguiu os protocolos orientados pelo comitê científico.

O pesquisador ressaltou a ineficácia do “Kit covid”, defendido por alguns vereadores, e orientou que políticas públicas sejam criadas para socorrer o comércio e os trabalhadores, pois somente desta forma o lockdown deve surtir efeito de poder conter o vírus. “Esse fenômeno gangorra, fecha e abre, fecha e abre, não adotando o isolamento social necessário, causa um impacto maior do que se fazer um isolamento de maneira adequada”, afirmou.

Atividades com a bandeira laranja

– Atividades comerciais de rua não essenciais (galerias, centros comerciais e feiras de artesanato): das 9 às 19 horas, de segunda a sábado. Aos domingos apenas o atendimento na modalidade delivery até às 19 horas;

– Atividades de prestação de serviços não essenciais (escritórios em geral, salões de beleza, barbearias, atividades de estética, serviços de banho, tosa e estética de animais, imobiliárias, museus e circos): das 9 às 20 horas, de segunda a sábado;

– Academias de ginástica e demais espaços para práticas esportivas individuais e coletivas: das 6 às 21 horas, de segunda a sábado;

– Shopping centers: das 10 às 21 horas, de segunda a sábado. Aos domingos apenas o atendimento na modalidade delivery até às 19 horas;

– Restaurantes de rua: das 10 às 23 horas, em todos os dias da semana, com entrada dos clientes até 22 horas e encerramento das atividades de atendimento ao público até 23 horas para consumo no local. Também nas modalidades delivery, drive-thru e retirada em balcão. Aos domingos com consumo no local  condicionado ao agendamento prévio e nas modalidades delivery, drive-thru e retirada em balcão até às 23 horas;

– Comércio ambulante de rua de alimentos e bebidas: das 6 às 23 horas, em todos os dias da semana;

– Panificadoras, padarias e confeitarias de rua: das 6 às 21 horas, de segunda a sábado, permitido o consumo no local, sendo autorizado aos domingos, das 7 às 18 horas, ficando o consumo no local condicionado ao agendamento prévio;

– Mercados, mercearias, sacolões, distribuidoras de bebidas, peixarias e açougues: das 6 às 21 horas, de segunda a sábado, sendo autorizado até as 23 horas na modalidade delivery, e aos domingos apenas o atendimento na modalidade delivery até as 23 horas.