Exposições aproximam curitibanos da história da cidade

por Sofia Magagnin
Exposições aproximam curitibanos da história da cidade

Mostras promovidas pela Fundação Cultural de Curitiba e pela Secretaria de Cultura contam, de diversas formas, a história da capital paranaense

Por Sofia Magagnin 

No último dia 29, comemorou-se o aniversário de 326 anos de Curitiba. Já no próximo dia 18 de maio, a data a ser celebrada, mundialmente, é o Dia Internacional de Museus. A proximidade e importância dessas duas datas coincidiu com as ideias da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e a Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) de promover mostras, exposições e passeios que têm como pretensão aproximar os curitibanos da história da cidade.

Entre as exibições viabilizadas, se destaca a mostra ‘Curitiba: Tempo e Memória’ do Memorial de Curitiba. Conforme destaca a historiadora Ângela Martins Rodarte, a linha do tempo apresentada é amparada em registros documentais e resgata, desde a pré-história, a história da capital paranaense. “O objetivo da exposição é trazer às gerações de hoje tudo o que aconteceu antes. É uma mistura de temas e de tempos”.

Os bustos e hermas, também expostos no Memorial, integram o Programa de Preservação do Patrimônio de Arte Escultural de Curitiba. Segundo a coordenadora de acervos da FCC, Cláudia Arioli, o objetivo dessa exibição é favorecer um contato do público com as esculturas de bronze. “É para que a comunidade conheça, aprecie e valorize as obras com as quais convivem no cotidiano”, esclarece. A proposta de retirada dos monumentos dos logradouros centrais da cidade aconteceu para que os objetos pudessem passar por ações de conservação e restauro. De acordo com a coordenadora de acervos, ainda não há previsão da data de reimplantação desses monumentos nas praças da capital.

Com seu papel de resgate histórico, a fotografia também está presente entre as temáticas tratadas nos museus e inspirou o Museu da Imagem do Paraná (MIS) a organizar a exposição ‘Revisitando Curitiba’,  composta por 28 fotos que retratam a capital paranaense nas décadas de 40, 50 e 60. A responsável pelo setor educativo do MIS, Vânia Machado, explica que além da exposição fotográfica, o museu também está promovendo visitas guiadas pelas ruas da cidade para que os visitantes possam comparar as mudanças mais visíveis nos espaços que foram fotografados e que agora estão expostos no MIS. “É um olhar turístico do próprio curitibano pela cidade”.

A guia turística Caroline Scremim e o filho Leonardo participaram do passeio guiado que aconteceu na última sexta-feira (12). Durante a saída, o jovem se deu conta de que nunca tinha parado para refletir sobre a história da praça Santos Andrade, mesmo passando por lá cotidianamente. “Sempre passo pela Universidade Federal, mas nunca tinha realmente andado entre a praça”, relata.

No Museu Paranaense, um dos museus mais antigos em funcionamento do Brasil, a exposição ‘A cidade e suas ruas: retrato dos personagens de Curitiba’ utiliza o acervo de quadros da pinacoteca para apresentar aos visitantes as personalidades que fizeram parte da história de Curitiba. A historiadora e responsável pela exibição, Tatitana Tatuzike, explica que a intenção da exposição é mostrar que as pessoas que passaram a ocupar nomes de ruas sempre tiveram rostos e biografias. “Com o retrato você consegue ver quem eram os personagens, o que fizeram, quem foram e a importância deles”.

Todas as exposições promovidas pela FCC e pela SEEC são gratuitas e permitem que os visitantes, turistas ou moradores da capital paranaense, conheçam a história da cidade a partir das imagens, retratos, bustos e documentos acervados nos museus.

Serviço: 

 

Um museu a céu aberto

As visitas guiadas ao Cemitério São Francisco de Paula permitem que o visitante conheça a história do local e das personalidades que lá estão enterradas

 

No Cemitério São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério Municipal, acontecem, mensalmente e com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), visitas guiadas mediadas pela Pesquisadora Cemiterial Clarissa Grassi. No local, em funcionamento desde 1855, estão enterradas personalidades importantes para a história da capital paranaense.

Para a pesquisadora Clarissa Grassi, a visita ao cemitério permite que o público conheça a história da Curitiba a partir do ponto de vista da morte. Durante a visita, Clarissa busca contextualizar a história da cidade, do espaço, das personalidades que lá estão enterradas, dos movimentos artísticos que envolvem o local e da relação que as pessoas têm com o sepultamento. “É um lugar de contar histórias, só que de trás para frente” comenta.

O técnico em prótese dentária Felippe Moretti participou, em outubro do ano passado, da visita guiada. Para ele, o local pode ser considerado um museu a céu aberto porque apresenta uma grande variedade de túmulos e mausoléus que refletem movimentos artísticos e arquiteturais desde o século XIX. “A visita nos leva à outra dimensão”.

Com o passeio, Clarissa também tem o intuito de apresentar, aos visitantes, o cemitério como um patrimônio curitibano. “O Cemitério Municipal é um patrimônio da cidade, revestido pelo véu do tabu e da morte”, acrescenta.

A pesquisa explica que um processo de tombamento do Cemitério São Francisco de Paula encontra-se em tramitação. Segundo ela, esse tombamento foi feito sob medida para o cemitério, com o objetivo de regular as construções, manter as paisagens e proteger os túmulos.

Serviço: