Incêndio no Bloco Azul mobilizou bombeiros em operação de 7 horas

Três batalhões do corpo de bombeiros foram acionados no dia 15 de abril para o combate ao incêndio instalado na PUCPR campus Curitiba
Por Emilly Vieira, Letícia Nogueira e Marina Marciniak | Foto: CMBPR
O incêndio do Bloco Azul teve início por volta das 18h30 do dia 15 de abril no 3° andar, quando os bombeiros de três batalhões distintos iniciaram o combate ao fogo. Não se sabe ao certo a origem do fogo. A última informação dada pelo corpo de bombeiros é de que houve falha no sistema de ar condicionado.
No dia do ocorrido, grande parte do efetivo já estava em casa, já que o expediente na terça-feira encerrou às 18h. O 3° Sargento Gapski conta que as primeiras informações do incêndio chegaram pelo Whatsapp de forma superficial e minutos depois se intensificaram. A partir desse momento, os chamados oficiais tiveram início, exigindo apoio no local. “A estrutura que estava lá em chamas é uma estrutura complexa e volumosa, havia o risco dessas chamas se alastrarem por outros blocos”, relembra.
“Um incêndio fora do que chamaríamos de comum”, enfatiza Gapski.
O combate ao fogo teve duração de sete horas, seguido por mais 14 horas de rescaldo, etapa em que é necessário mais atenção por parte das equipes. Durante esse processo, os bombeiros atuaram de forma manual em meio aos escombros do prédio, com o objetivo de extinguir possíveis focos remanescentes do incêndio.
Junto ao posto de comando, 9 caminhões, 1 carreta, 6 caminhonetes, 15 viaturas leves (atp) e 2 viaturas aéreas – escada e plataforma mecânica que realizam o combate por cima – foram movimentados. “Tiveram em torno de 84 militares, considerando tanto o pessoal de serviço, quanto bombeiros voluntários que estavam na folga e que foram acionados para ir pra lá”, relata o tenente Sean Felipake.
Muitos combatentes que participaram na ação são estudantes da PUC e auxiliaram na luta contra o incêndio, como Paulo Henrique Ribas que trabalha no corpo de bombeiros e é estudante do eixo de engenharia. O soldado Ribas estava em período de aula e assim que se retirou da sala para averiguar a situação, viu alguns professores assustados e quando chegou no Bloco Azul já haviam dois caminhões Auto Bomba Tanque (ABT) e um caminhão de suporte.
“Fui para o quartel, peguei meu EPI de combate ao incêndio e retornei para a faculdade”, diz o soldado Ribas.
Durante o combate, foram utilizados aproximadamente 220 mil litros de água e o sistema de energia do bloco precisou ser totalmente desligado para a segurança dos combatentes. As equipes presentes no local adentravam o prédio com cilindros de oxigênio que tinham autonomia de 25 a 30 minutos. Bombeiros se posicionavam estrategicamente dentro do prédio, revezavam entre si e recebiam apoio de grupos auxiliares – que forneciam água e alimento – fora do edifício.
Dificuldades foram enfrentadas ao longo da operação, desde o acesso ao bloco até a comunicação entre os membros da equipe.O incêndio teve início no 3º andar do prédio, o que fez com que o revestimento cedesse e dificultasse a passagem dos combatentes até o foco do fogo. Devido ao comprometimento da estrutura, os bombeiros se depararam com um risco elevado, mas sem danos pessoais. Já em relação a comunicação, o tenente comenta que, por ter muitas pessoas em operação, nem todos os combatentes possuíam rádio para a troca de informações.
Segundo Filipe José Ignês, diretor de Operações de Negócios da PUCPR, o TUCA foi evacuado em 90 segundos, o Bloco Azul em 5 minutos e o campus em 25 minutos. Apesar da complexidade da situação, os bombeiros se impressionaram com a forma como todos presentes na universidade souberam lidar com o ocorrido e agir rapidamente. “Não teve aquele negócio de ‘vou fechar aqui antes pra que ninguém roube nada’. Deu o incêndio e a ocorrência e todo mundo saiu”, comenta o Tenente Felipake.
“Tudo aconteceu bem naquele dia e isso foi um choque para os bombeiros que tem experiência em incêndio”, destaca Filipe José Ignês.
Relatos bombeiros e registros fotográficos
Tenente Felipake
3° Comandante Gapski
Soldado Paulo Henrique
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