MST anuncia evento focado em conter desmatamento de Mata Atlântica no Paraná

MST-PR anuncia a 3ª Jornada da Natureza com ações de reflorestamento da Mata Atlântica
Por Danielle Mayumi Honda
O MST-PR anunciou a 3ª Jornada da Natureza, sob o lema: Semeando vida para enfrentar a crise ambiental, entre os dias 2 e 7 deste mês. Ao longo de seis dias, serão distribuídas 21 toneladas de sementes de palmeira juçara, uma espécie nativa da Mata Atlântica em risco de extinção. A ação inclui semeadura aérea com apoio de um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF), parceira do evento desde a primeira edição. A iniciativa visa promover a biodiversidade e a conservação da natureza. Mais informações sobre o evento estão disponíveis em 3ª Jornada da Natureza do MST
O Paraná é o estado que tem maior remanescente de Mata Atlântica, apresentando 29,11% de cobertura por floresta nativa, segundo o Instituto de Água e Terra e o Consórcio Araucária. Além disso, o estado reduziu em 64% o desmatamento das matas maduras e em 94% o desmatamento ilegal e mantém a tendência de queda verificada nos anos anteriores, de acordo com O Atlas da Mata Atlântica e o Sistema de Alertas de Desmatamento.
Existe uma legislação que define regras para o uso e conservação do bioma, proibindo o desmatamento em áreas primárias ou avançadas, a Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006). No entanto, a eficácia da lei é limitada e depende da fiscalização e do cumprimento pelas autoridades locais, o que é um desafio em muitas regiões. Além disso, apesar de o estado ter o maior remanescente deste bioma, ele foi muito desmatado durante seu desenvolvimento e poucos remanescentes estão em bom estado de conservação, o que levou muitas plantas nativas ao risco de extinção. São essas poucas áreas que ajudam a manter corredores ecológicos e a conservar carbono estocado, além de abrigar espécies ameaçadas.
Importância da Mata Atlântica
O bioma funciona como um sumidouro de carbono, captando dióxido de carbono da atmosfera através da fotossíntese e o armazenando, o que ajuda a reduzir a concentração desse gás de efeito estufa, além de regular o clima regional e promover a biodiversidade.
A analista de Processos Ambientais na Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) Natasha Choinski explica que há muitas espécies que existem apenas na Mata Atlântica. O bioma abriga diferentes espécies de plantas, aves, mamíferos, répteis, anfíbios e insetos, entre outros. Toda essa biodiversidade presente é responsável pela realização de processos ecológicos, contribuindo para geração de serviços ecossistêmicos fundamentais para o desenvolvimento humano. “É essencial não somente na mitigação das mudanças climáticas, mas também essencial para a qualidade de vida das sociedades e pela segurança em relação a execução das atividades humanas. Este bioma, assim como outras áreas naturais, prestam serviços gratuitos para toda sociedade, como a produção de água, ciclagem de nutrientes no solo para produção de alimentos e o equilíbrio climático.”, afirma Natasha.