Na Fatos Ao Vivo #1, intercambistas da PUCPR falam sobre desafios da quarentena

por Mariana Alves de Oliveira
Na Fatos Ao Vivo #1, intercambistas da PUCPR falam sobre desafios da quarentena

Em entrevista por transmissão ao vivo, estudantes alertam para riscos da contaminação e contam como está sendo a adaptação em período de isolamento social

Por Mariana Alves e Vanessa Guimarães 

Intercambistas estrangeiros e brasileiros que vivem no exterior acompanham com apreensão medidas de enfrentamento ao coronavírus pelo mundo. Eles alertam para o risco de contaminação e criticam a demora na adoção de políticas para garantir o isolamento. Na última sexta-feira (17), dois desses estudantes foram os convidados do primeiro episódio  do novo programa “Fatos Ao Vivo”, que receberá toda semana um novo convidado para falar de diversos assuntos, em lives transmitidas pelo Instagram da Rede Comunicare.

Um dos entrevistados foi o ex-intercambista da PUCPR Roberto Israel de la Rosa Cruz (8.° período no curso de Jornalismo), que está em quarentena em Morelos, no México. A outra, a estudante Giuliana Rossi, intercambista na cidade de Vic, na Espanha (5.° período no curso de Jornalismo).

Roberto Israel – México

Israel de la Rosa Cruz atualmente estuda na FES Aragón da UNAM, na cidade do México. O universitário contou um pouco da sua experiência de intercâmbio de um ano na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Ele descreve a instituição como um lugar “incrível”. “Gostei muito de Curitiba, cidade bem tranquila, não é muito barulhenta ou com muita movimentação. Muito acertada a decisão de fazer intercâmbio lá em Curitiba e na PUC”, afirma.
Para o estudante, o isolamento social tem sido complicado pelo fato de seu pai possuir uma doença crônica que exige tratamento médico periódico, fazendo com que a família saia de casa a todo momento.
Cruz critica severamente o governo mexicano e as medidas adotadas até agora. Segundo o estudante, as autoridades ainda não se manifestaram sobre a assistência de saúde e auxílio ao trabalhador. “Demorou muito , pois o presidente disse que não era muito grave, não era necessário o confinamento e ele até viajou a municípios fazendo campanha, dizendo que poderiam sair com suas famílias, pois não existia um risco grave de contágio”, afirma Cruz. O estudante diz que o argumento era o de que a economia poderia se deteriorar.

Giuliana Rossi – Espanha

A segunda convidada, Giuliana Rossi, que está morando em uma residência universitária num município da Espanha, avalia que as pessoas no Brasil não entendem a gravidade do problema (a pandemia). “Pelo o que me contam, a população não está levando a sério o isolamento, ficar em casa e evitar o contágio. Aqui as pessoas levam bem a sério isso.”
Rossi conta que os estabelecimentos que estão em funcionamento são supermercados, farmácias e alguns serviços, como assistência à internet. “O resto está tudo fechado, e é até estranho porque você vai até o mercado e parece uma cidade fantasma, não tem ninguém andando”, diz.
Segundo a estudante, o maior desafio para todos é manter uma rotina dentro de casa, já que o planejamento das tarefas se dificulta quando se está no conforto do próprio lar, inclusive nos estudos, considerando que as aulas não são mais presenciais. O sistema de ensino da faculdade de Giuliana também passou por adaptações, como, por exemplo os horários de aula. “Não são todos os professores que estão dando aulas por vídeo chamada. Eles mandam as atividades e temos alguns dias para entregar pelo portal da faculdade.”
Ao anunciar a quarentena, a cidade onde a estudante está morando se desesperou por conta da pandemia. A população em Vic esvaziou os mercados por medo de desabastecimento e, apesar do susto em primeiro momento, a população já se acalmou com a situação e as compras se normalizaram. A previsão de retorno às atividades cotidianas para a cidade estavam inicialmente previstas para o fim de abril. Mas ainda não se sabe como o estágio de evolução do contágio estará até lá, o que pode estender o isolamento social por tempo indeterminado.