Nova gestão da Cosem promete iniciar revitalização de museus no estado do Paraná

Entre os vinte e três museus estaduais em Curitiba, cinco estão fechados e seis têm alerta do Corpo de Bombeiros

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Por Isabelli Pivovar

Após o incêndio que tomou conta do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro do ano passado, houve um alerta em relação às condições de museus por todo o país. No Paraná existem, atualmente, 298 espaços museais cuja responsabilidade é da Coordenação do Sistema Estadual de Museus (Cosem). Em Curitiba, dentre os 23 comandados pelo órgão, cinco museus fechados para reforma e seis com pendência em regularização.

Entre os problemas nessas cinco instituições fechadas para reparo, segundo nota oficial do Corpo  de Bombeiros, vazamento e infiltração são os mais comuns, como o Museu Alfredo Andersen (MAA), fechado desde setembro de 2018, por problemas na encanação. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, entre os 23 museus curitibanos da Cosem, seis encontram-se com falta de um plano atualizado de segurança contra incêndio, incluindo desde a sinalização de saídas de emergência até a localização de extintores e hidrantes. Para a professora de história aposentada e apreciadora de museus, Emilce Assunção, a situação causa tristeza e indignação. “Quando visitamos lugares que mostram nossa história e eles estão assim, sem cuidado, sem nenhum carinho, é impossível não ficar triste. Já visitei museus muito escuros, com goteiras, sujos”, finaliza.

Segundo Jair Santos, vigilante no Museu Paranaense, atualmente, há uma parte da exposição fechada para manutenção por conta de infiltração de chuvas. Porém, ano passado o museu passou por uma reforma de R$ 1,362 milhão pelo mesmo motivo. O artista plástico e curador da nova gestão da Cosem, Luiz Carlos Brugnera defende que a nova equipe pensa diferente. “O que dá para perceber é que a gestão anterior pensava de um outro jeito, não que estivesse errado, mas diferente de nós. Então não podemos falar o por que foi deixado de fazer isso ou aquilo, porque não estávamos aqui pra afirmar”. A distribuição de verbas, manutenção, fiscalização e curadoria são assuntos que dizem respeito à Cosem que assume responsabilidade pela maioria dos museus de Curitiba.

Segundo pesquisa realizada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), 18% da verba nacional foi direcionada ao Paraná, para fins estruturais. Esse valor, R$ 7,7 milhão, de acordo com a Cosem, foram investidos nos museus de responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura entre os meses de janeiro e agosto de 2018.

No entanto, o trâmite é mais complexo e envolve leis e projetos não apenas estaduais como também nacionais. “Tem editais que são abertos pelo governo federal. Este último, para vocês terem noção, o governo diz assim ‘vou abrir um edital pra poder ajudar museus do Brasil inteiro na questão do fogoe coloca um grau de exigência tão grande que pouquíssimos museus têm acesso à liberação do decreto do governo. No Paraná, se você numerar, um único museu, nesse caso o do Mate”, afirma Renê Wagner Ramos, diretor geral da nova gestão da Cosem. De acordo com o cadastro nacional mantido pelo Ibram, 63% dos 3.737 museus do país são públicos. No Paraná, esse número se traduz em apenas 8%, segundo pesquisa de 2018 do Ibram.

Para Ramos, o mais urgente é dar início às obras e atender o maior número da demanda nos quatro anos de gestão, “nesse primeiro momento, a priori é fazer uma análise, perceber o que precisa de melhorias, e depois, periodicamente de dois em dois meses fazer visitas para cuidar e perceber as necessidades”. Ramos promete, ainda, que a nova equipe da Cosem está nos primeiros três meses de gestão e afirma que fará de tudo para ser o mais eficiente possível para com os museus Curitiba e o restante do Estado.