Projeto de Lei promove vacinação e combate contra o HPV nas escolas

Fila para a vacinação no Posto de saúde Vila Guaira | Foto: Breno Zottis Gallina
Aprovado pela Câmara Municipal de Curitiba, proposta busca aumento na conscientização sobre o vírus nas escolas
Por Breno Gallina, Ingrid Poltl e Laura Pazin Kaiser
O vereador Alexandre Leprevost aprovou um Projeto de Lei, na primeira semana de abril, que amplia a vacinação contra o HPV nas escolas paranaenses em 2024. O PL busca ampliar a taxa de vacinação, além de incentivar campanhas dentro de escolas públicas municipais sobre a importância da vacinação e combate ao HPV.
De acordo com a coordenadora de imunizações da SMS Débora Carlet, a imunização e conscientização se torna ainda mais necessária no cenário atual de Curitiba. Em março de 2024, a cidade atingiu somente 53,3% de aplicação (no que?) e não os 80% recomendados (por quem?).
A profissional destaca que estratégias especiais, além da vacinação promovida pelo SUS, são importantes e trabalham junto com a educação para ampliar a conscientização sobre a importância da vacina contra HPV. Atualmente, o procedimento é a única forma de imunização contra um câncer.
Dessa forma, o projeto de lei busca preencher essa lacuna de incentivos, tornando as informações sobre a doença mais facilmente acessíveis em escolas, o que complementa o efeito da vacinação.
A vacina se tornou dose única em 2024, no mês de abril. O público-alvo continua o de meninos e meninas entre 9 e 14 anos. De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o grupo prioritário inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual, aqueles que vivem com o HIV/Aids, transplanatados de órgãos sólios ou médula óssea, e pacientes imunossuprimidos, podendo receber a vacina até os 45 anos de idade.
Fala do especialista
A técnica em enfermagem Viviani Croisfett Xavier comenta que o fato da vacina ter se tornado dose única é de extrema importância. “Com a vacina de dose única é esperado alcançar uma imunização ampla e eficiente, além da redução de custos.” Isso porque a vacina estimula o organismo a criar anticorpos contra o vírus em questão.
“O esquema vacinal, para meninas de 9 a 14 anos é com um intervalo de 6 meses, já para vítimas de violência sexual entre 9 e 45 anos, em esquema de três doses. O esquema de dose única está sendo adotado por diversos estados para meninos e meninas entre 9 e 14 anos”, explica a técnica.
“O HPV pode ser assintomático na maioria dos casos ou apresentar verrugas na região genital, boca e garganta. Pode ter coceira e formação de placas (várias verrugas juntas).” complementa Viviani.

Técnica de enfermagem Viviani Croisfett Xavier | Foto: Breno Zottis Gallina
Vírus HPV
O papilomavírus humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) existem mais de 200 tipos diferentes de vírus. Cerca de 40 tipos são responsáveis por infecção do trato genital, como câncer na vulva, pênis, colo do útero e ânus. Além de câncer na orofaringe e verrugas genitais.
A transmissão do vírus ocorre através do contato direto com a pele ou mucosa infectada e por meio sexual, quando ocorre contato oral-genital, genital-genital ou manual-genital. Também pode acontecer na hora do parto, se a mãe for portadora do vírus, mas é uma situação rara. O vírus é notório pela tendência a levar indivíduos a desenvolver câncer após ser contraído.