Racionamento de água impacta curitibanos

por Vitor Junqueira Meirelles Marcolini 01.Out.2021

Falta de água força residências e comércio a adaptarem suas rotinas

Por: Caio Remza, João Vitor Luchesi, Nicolas Kirilov de Oliveira, Vitor Marcolini / (Foto: Sanepar)

Os níveis dos reservatórios em Curitiba e região estão com apenas a metade de sua capacidade, sendo o Reservatório do Iraí o com nível mais baixo, 36,52% até dia 27 de setembro. Com o nível das chuvas no mês de agosto em 104,4mm, um pouco acima do esperado, 82,7 mm, os reservatórios da RMC aumentaram o nível em pouco mais de 2%. Segundo o SIMEPAR, o início de outubro deve trazer mais chuva devido ao avanço de uma frente fria no estado.

Mesmo assim, o rodízio para o racionamento de água da Sanepar, que foi retomado em agosto, não tem previsão para acabar, e no momento segue um rodízio onde cada região fica 36 horas sem abastecimento de água, e 12 horas com o abastecimento normalizado. Com isso, os curitibanos de todos os setores estão tendo que se adaptar ao racionamento.

Fabiano Marcolini, dono do restaurante e panificadora Fabiano Marcolini, conta as consequências para seu comércio do racionamento.

“Todos os equipamentos precisam de água para funcionar, principalmente os da área da panificação. Eles precisam gerar vapor para funcionar.”

Marcolini foi obrigado a utilizar mais caixas da água do próprio estabelecimento que o convencional devido aos intervalos de 36 horas sem abastecimento de água, e mesmo assim teve que interditar os banheiros do restaurante por conta da falta d’água.

Erik Rodrigues de Lima, síndico de 11 condomínios em Curitiba, explica as medidas usadas por ele para evitar o desperdício de água no período de racionamento, Erik divulgou nos condomínios a importância da economia de água, o cronograma de racionamento da Sanepar e cartilhas sobre como reaproveitar a água para os condôminos. Além disso, Rodrigues mandou instalar poços artesianos e pontos de captação de água fluvial em seus condomínios.

Erik conta que o valor das contas de água dos condomínios tiveram uma redução de 10% a 20% com as medidas adotadas por ele. Apesar das medidas bem sucedidas e do comprometimento dos moradores com a economia de água, o síndico teve de arcar com 8 caminhões pipa com valores de R$600 a R$1 mil cada para suprir a demanda dos condôminos.

Em nota, a Sanepar explica que o racionamento é uma medida necessária não apenas para atender a demanda do momento, mas principalmente para garantir o fornecimento de água com regularidade mesmo em situações mais críticas que combinam temperatura e consumo elevados e queda na captação.

A Sanepar também diz que:

“Precisamos economizar, no mínimo, 20% da água consumida em um mês. A crise hídrica, que está provocando a maior seca da história do Paraná, deve se prolongar. A Sanepar já implantou um novo sistema de rodízio, mas precisa que todos colaborem para alcançarmos a META20. Converse com as pessoas à sua volta sobre o consumo consciente de água, incentive ações de economia e redução no uso desse bem tão valioso. Se você mora em prédio, converse com os moradores do seu condomínio, fale com o síndico, compartilhe essas dicas. A água não pode faltar, você tem que economizar.”

Dicas da Sanepar para economizar água em casa:

Diminuir o tempo de banho

Um banho de 10 minutos consome cerca de 60 litros de água.

Evitar desperdício ao escovar os dentes

Em dois minutos de torneira aberta, são gastos quase 14 litros d’água.

Descarga no vaso sanitário

As caixas de descarga acopladas ao vaso sanitário têm vazão de 6 litros por vez. Uma forma de economizar é colocar uma garrafa PET de um litro com pedra ou terra dentro da caixa, isso economiza um litro de água por descarga.

Economizar a louça na pia

Em média uma torneira de cozinha aberta gasta por minuto 8 litros de água.

Redutor de água

Os redutores são pequenos anéis que controlam a vazão d’água em torneiras. O uso do redutor pode trazer uma economia de 1,8 mil litros de água por mês.