Reforma nas rotas de ônibus causa transtornos no bairro Centenário

Moradores e comerciantes do bairro Centenário enfrentam dificuldades com a nova linha do biarticulado Centenário/Campo Comprido, que alterou a rotina de transporte na região
Por: Anna Julia De Almeida
Iniciada em janeiro de 2024, a intervenção para a troca do pavimento por concreto exige uma escavação de 1,5 metro de profundidade. Esse processo impacta diretamente na rotina de moradores e lojistas do bairro. O rompimento de calçadas, além da desativação temporária de estações-tubo do transporte público afetam a mobilidade da população.
Por conta dos trabalhos de pavimentação, a população local que atua fora do bairro precisa fazer novas rotas ou até mesmo desviar de alguns caminhos. Para os usuários de transporte público, a situação é igualmente preocupante. Com alguns tubos desativados, os usuários devem se encaminhar para a estação tubo mais próxima, o que gera riscos adicionais como a falta de iluminação nos lugares e segurança.
Alguns dos comerciantes afetados tiveram que fechar as suas lojas por um longo período de tempo, pois a acessibilidade foi comprometida. Além disso, a falta de comunicação por parte da prefeitura deixou os lojistas nervosos, prejudicando a rotina e a economia do bairro.
A comerciante Rosiane Teixeira, dona do Aviário Teixeira, destacou a ausência de calçada e segurança, ressaltando que os mais prejudicados são aqueles que dependem do próprio negócio para se sustentar, uma vez que essa renda é essencial para o pagamento de suas contas. Além disso, mencionou que precisou manter a loja fechada por meses, pois não havia condições de funcionamento por causa do excesso de sujeira. No entanto, expressou a esperança de que, após as reformas, o movimento melhore em razão da implementação da mão única na rua.
Por mais que alguns lojistas acreditem na melhora pós obras, muitos desconfiam dessa nova linha e pensam em até mudar de local. “Essa obra não vai contribuir para o fluxo de pessoas, pelo contrário, só tem afastado os clientes”, afirma Maria da Costa Lopes, dona do brechó Mania.

Calçada da loja Brechó Mania, devido a obras no terminal ao lado Por: Anna Julia De Almeida
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba, a URBS tem acompanhado de perto os impactos nas áreas afetadas e está em diálogo com as entidades representativas dos comerciantes para mitigar os prejuízos. Em alguns casos, são estudadas medidas como readequação de acessos, ampliação da sinalização e campanhas para estimular o comércio local durante o período de obras.
Também afirmaram que os atrasos identificados são decorrentes de fatores técnicos e logísticos, como ajustes de projetos executivos, necessidade de adequações em infraestrutura antiga e imprevistos climáticos. Contudo, não há previsão de finalização de obras.