Rita Lee morre e deixa legado especial em Curitiba

por Beatriz Camargo Dias
Rita Lee morre e deixa legado especial em Curitiba

Ícone do rock brasileiro, Rita morreu em casa, em São Paulo, devido a um câncer de pulmão

Por Beatriz Dias, Beatriz Moschetta, Luiza Diniz e Nicole Salomón

A cantora brasileira Rita Lee morreu na noite da última segunda-feira (8), deixando um legado musical admirável, com relação especial com a cidade de Curitiba, que foi até inspiração para uma de suas músicas. Ícone do rock brasileiro, Rita morreu em casa, em São Paulo, devido a um câncer de pulmão com o qual vinha sofrendo desde 2021.

Em 1997, a Rainha do Rock brasileiro lançou a música “Normal em Curitiba”, no álbum “Santa Rita de Sampa”, que cita a capital paranaense em uma letra saudosa. Além disso, a cantora chegou a dizer, em uma entrevista, que já pensou em se mudar para a capital paranaense. O último show dela na cidade foi realizado em 2009.

Cristiano Castilho, jornalista especializado em música, em entrevista ao Portal Comunicare comenta que a morte de Rita Lee é uma perda para o rock n’ roll feminino brasileiro. A artista abriu portas para as mulheres nesse gênero que com certeza nunca mais irão se fechar. Castilho ainda finaliza comentando sobre a música “Normal em Curitiba” e acredita que a canção faz trocadilhos com as impressões que pessoas de fora tem da cidade e também fica feliz por uma artista tão grande ter uma música sobre essa cidade.

Rita Lee teve o início da sua carreira em 1960, ainda sendo vocalista dos Mutantes, onde ficou até 1972. A época de quando ainda participava da banda ficou conhecida como Tropicália, um movimento cultural que teve sua base nos anos 60 e que era focado em músicas com certa bagagem cultural e que chocassem as pessoas com um estilo animado e de protesto contra o estilo comportado dos sons brasileiros. 

Seu primeiro álbum solo em 1970, ainda lançado na época dos Mutantes, intitulado “Build up”, foi muito elogiado pela crítica. Nesse álbum, que contém 11 faixas, a produção foi  feita em colaboração com o maestro Rogério Duprat e o produtor Manuel Barenbeim. Rita só foi sair dos Mutantes e seguir carreira solo em 1979.

A cantora é reconhecida por gerações por ter sido a frente de seu tempo, tendo opiniões fortes sobre muitos assuntos que eram polêmicos na época. Músicas como” Amor e Sexo”,” Pagu”; e, principalmente, “Obrigado Não” são revolucionárias na indústria da música. Seu pioneirismo no mercado, as opiniões fortes, a defesa da liberdade e dos animais fizeram ela se tornar uma das mulheres mais influentes do país.

Rita foi referência de criatividade e independência feminina durante os quase 60 anos de carreira. O título de “rainha do rock brasileiro” veio quase naturalmente, mas ela achava “cafona” – preferia “padroeira da liberdade”.