Confira a qualidade do ar em diferentes bairros de Curitiba

Qualidade do ar é monitorada em tempo real pelo sensor Purple Air
Por Joana Bueno, Geórgia Cintra e Gabriele Aguiar | Foto: Freepik
Funcionamento do Sensor Purple Air
O Índice de Qualidade do Ar (IQA) calculado pelo Purple Air leva em consideração a periculosidade de diferentes partículas poluentes. Partículas finas, como o PM2.5, que penetram mais profundamente no sistema respiratório, recebem um peso maior no índice devido ao alto risco que representam para a saúde. Segundo Natália, essa metodologia permite uma leitura precisa dos riscos específicos em cada local monitorado.
No caso de Curitiba, a estação do Centro Politécnico, situada perto da BR-277, apresenta índices mais elevados devido ao fluxo intenso de veículos, o que aumenta diretamente a quantidade de poluentes no ar. Em contraste, estações em áreas residenciais, onde o tráfego é menor, tendem a mostrar melhores índices de qualidade do ar. No entanto, até mesmo essas áreas podem registrar picos de poluição nos horários de rush, quando o tráfego aumenta consideravelmente.
Critérios de Instalação dos Sensores:
Idealmente, os sensores seriam instalados em zonas climáticas locais, representando áreas com diferentes características urbanas e climáticas para uma visão mais completa da poluição. Contudo, Natália explica que, na prática, a instalação depende da disponibilidade de infraestrutura local, como energia elétrica e Wi-Fi, essenciais para o funcionamento em tempo real. Dessa forma, o critério de instalação acaba sendo mais pragmático: caso um local ofereça as condições necessárias e esteja disponível, ele é escolhido para abrigar o sensor, mesmo que não seja o ponto ideal.
Coleta de Dados via Wi-Fi
Diferente de outros sistemas de monitoramento que utilizam satélites, o Purple Air depende de conexão Wi-Fi para enviar os dados em tempo real, o que limita a instalação a locais com acesso a essa infraestrutura. Essa exigência reforça a importância de instalar os sensores em áreas com boa conectividade, para garantir a transmissão contínua e precisa dos dados.
Comparação com Outros Sensores
Além do Purple Air, Curitiba conta com outros sensores instalados, mas que geralmente são usados em pesquisas temporárias e não para monitoramento contínuo. Esses sensores são frequentemente instalados apenas para estudos específicos, como em pesquisas de mestrado focadas no inverno ou em períodos de poluição elevada. Quando esses estudos terminam, os sensores são removidos, o que cria lacunas no monitoramento da cidade. Essa descontinuidade dificulta a análise constante da qualidade do ar, tornando o Purple Air um avanço importante por oferecer dados permanentes e atualizados.
Este conteúdo integra a edição 350 do jornal Comunicare, jornal laboratorial do curso de Jornalismo da PUCPR. Confira, abaixo, a edição na íntegra.