LabCine estimula, na prática, a criatividade de estudantes de Cinema da PUCPR

por Carolina Senff
LabCine estimula, na prática, a criatividade de estudantes de Cinema da PUCPR

O projeto de extensão oferece vivência do mercado de trabalho  a partir da produção de pelo menos dois curtas-metragens a cada semestre letivo 

Por Carolina Senff | Arte: Agência Célula/PUCPR

Estudantes do curso de Cinema e Audiovisual da PUCPR têm produzido pelo menos dois curtas-metragens por semestre como parte das atividades do LabCine. O projeto de extensão, iniciado em 2022, é um espaço para explorar a criatividade e dar maior liberdade para o processo criativo dos estudantes, além de ser uma vivência do dia a dia do mercado de trabalho cinematográfico. 

Os estudantes têm duas formas de participar do núcleo experimental de Cinema. É possível inscrever roteiros que passarão por um processo de seleção comandado pelos professores que atuam no LabCine. Os autores dos roteiros selecionados dirigem os filmes e coordenam os projetos. A outra maneira de participar é sendo integrante das equipes que executam os curtas. Para isso, precisam inscrever-se para o “banco de talentos”, que reúne estudantes com habilidades nas diversas áreas de atuação cinematográfica. É a partir desse cadastro que são formadas as equipes de fotografia, arte, casting, figurino, maquiagem, produção, som e edição.

O professor do curso de Cinema e Audiovisual Multicom da PUCPR e coordenador do LabCine, Marcelo Munhoz, afirma que as atividades são estimulantes para estudantes e também para os docentes. “É um projeto promissor, que traz a realidade do mercado do cinema pra dentro da faculdade”, afirma o coordenador. Munhoz diz que a criação de um curta-metragem 100% autoral é uma oportunidade de participar do desenvolvimento de um projeto de mais fôlego do que os trabalhos que costumam ser executados dentro da sala de aula. 

A função do coordenador é a seleção e curadoria dos projetos. Reuniões semanais ocorrem com as equipes escolhidas e, semanalmente, os estudantes têm demandas a serem entregues e avaliadas por Munhoz. Os professores envolvidos no LabCine também oferecem orientação para encaminhar os filmes aos festivais. Segundo Munhoz, obter destaque em um evento de cinema é um grande impulso na carreira dos futuros cineastas.  

Coordenadora do eixo Multicom da PUCPR, a professora Suyanne Tolentino diz que o processo de fazer um filme contribui muito com o crescimento dos estudantes. Para ela, é importante que o estudante tenha a possibilidade de experimentar outras linguagens e outros projetos fora da sala de aula, o que permite uma gama maior de conhecimento e experiência para o futuro profissional do mercado.

Depois de concluídos, os filmes são exibidos durante o Festival LabCine, que tem tido a Cinemateca de Curitiba como parceira. A noite de exibição funciona como uma pré-estreia e um primeiro contato do público com o material desenvolvido ao longo do semestre. Em seguida, os filmes entram em um circuito de festivais. Esse processo pode variar em torno de um a dois anos, quando os diretores e produtores apostam na possibilidade de o trabalho ganhar reconhecimento e premiação. Após esse período, o filme vem de fato a público.   

Produções em andamento

Neste semestre, os dois curtas produzidos trazem temáticas atuais e debates relevantes para a sociedade. O gênero drama foi o escolhido pelos diretores de ambos os projetos para retratar etapas turbulentas da vida de jovens e crianças.  

Elefante Azul, dirigido por Brenda Olga e Duda Glod, é um reflexo nostálgico da infância e do processo de amadurecimento de um garotinho. Com uma equipe de 30 pessoas, o filme foi gravado em quatro diárias e teve um processo de mais de quatro meses entre pré-produção, produção e pós-produção.

Combustão Espontânea segue com o trabalho de cinema de gênero. O filme dirigido por Pedro de Lima e produzido por Marcelo Hancke conta a história da jovem Mia, uma adolescente que enfrenta a dificuldade de tomar decisões e enfrentar as expectativas do mundo. Foram 22 pessoas integrando a equipe, cinco diárias de gravação e quatro meses até o projeto ser concluído. 

Para mais informações, acompanhe o Instagram de Combustão Espontânea (@combustaocurta) e Elefante Azul (@curtaelefanteazul).

Cobertura inédita

Neste ano, o LabCine ganha uma cobertura midiática inédita. Um programa de entrevistas realizado por estudantes da Central Fatos de Jornalismo foi desenvolvido no estúdio da Rede Comunicare. Cada episódio é dedicado a um filme e recebe os diretores e produtores dos filmes do semestre para um bate papo descontraído. O programa será disponibilizado no YouTube da Rede Comunicare.

A noite de pré-estreia recebeu o nome de Festival LabCine e está marcada para a próxima quarta-feira (25), aberta apenas para convidados dos diretores e produtores. O evento terá cobertura no Instagram da Rede Comunicare e será organizado por estudantes de Relações Públicas da PUCPR. A Célula, agência de publicidade dos cursos Multicom, desenvolveu uma identidade visual para o projeto.