A popularidade dos candidatos nas redes sociais

por Ex-alunos
A popularidade dos candidatos nas redes sociais

Colégio Cruzeiro do Sul, atualmente cívico militar.

Em busca de votos, candidatos investem pesado em conteúdo para internet. Especialista recomenda cautela para que campanha cibernética não prejudique relação com o eleitor.

Por Kássio Pereira, Sérgio Júnior e Lucas Nogas

Candidatos criam perfis em diversas plataformas na internet. Foto: Kássio Pereira

Beto Richa (PSDB) é, entre os três principais candidatos ao governo do Paraná, o que tem maior popularidade no Twitter, no Facebook e no Instagram, apurou levantamento do Portal Comunicare.  Richa também foi o que mais investiu na produção de conteúdo para a internet, segundo dados da prestação de contas parcial com gastos de campanha.

Tanto o atual governador quanto os senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), seus principais concorrentes, já mantinham perfis em redes sociais, e intensificaram seu uso após o início da corrida eleitoral. Especialistas afirmam que a tendência é de que a publicidade eleitoral migre cada vez mais das ruas para a internet.

Segundo publicitário e analista de redes sociais Diogo Pracz de Oliveira, o modo tradicional de propaganda eleitoral, com cavaletes e sujeira na rua, é coisa do passado. “Atualmente, os eleitores tem aversão a esse tipo de prática”, afirma. “Portanto, é necessário migrar a campanha para o mundo digital, mas isso deve ser feito com cuidado para não levar essa repulsa também à internet”, completa o especialista.

A curitibana Kelly Pereira, 28, funcionária pública, confirma a tese. “Esses cavaletes nas calçadas só poluem a paisagem. Além disso, eu não voto em candidato que joga santinho e jornal na rua durante o dia da votação”, conta a funcionária pública.

Despesas

Embora mais barata, a propaganda eleitoral no mundo digital também gera custos. De acordo com o último balanço de gastos dos candidatos, divulgado em 31 de agosto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Richa foi o que mais gastou com criação e inclusão de páginas na internet: R$ 159 mil. Requião foi o segundo, com R$ 22 mil, enquanto Gleisi não declarou gastos nesta área.

A maior parte do conteúdo veiculado pelas campanhas na internet vem de materiais utilizados na TV e no rádio. Segundo o balanço, a produção de jingles, vinhetas, vídeos, programas de TV e rádio corresponde a R$ 375 mil nas despesas da campanha de Richa e R$ 103 mil na de Requião. Gleisi novamente declarou não ter realizado despesas neste quesito.

Seguidores eleitores?

No Twitter, Richa (@BetoRicha) sai na frente,  com pouco mais de 56,1 mil seguidores, contra 52,9 mil da petista (@gleisi) e 47,1 mil do peemedebista (@requiaopmdb). Apesar da desvantagem, Requião é o mais ativo do microblogging, com 74,6 mil postagens. Ele também obtém maior destaque por conta da frequência com que participa de discussões polêmicas com outros políticos e até eleitores.

No Facebook , o quadro é semelhante. A página oficial de Beto Richa conta com mais de 134,5 mil curtidas. Logo atrás vêm Gleisi (121,3 mil) e Requião (32,3 mil). O perfil do atual governador explora imagens e vídeos destacando os feitos de sua gestão, além registrar a agenda de campanha.

Para Oliveira, o Facebook, é a rede social onde o eleitor pode ter mais contato com o candidato. “O ambiente favorece o debate e o compartilhamento de ideias. Além disso, ele é hoje a rede social mais utilizada pelos brasileiros”, justifica.

Outro aplicativo que vem se consolidando como um importante meio de comunicação entre os candidatos e os eleitores é o Instagram. A rede de compartilhamento de imagens está servindo para os seguidores acompanharem os atos públicos, comícios e reuniões de campanha dos candidatos.

Nesta plataforma, Richa tem 5 mil seguidores e Gleisi 547. Pouco antes do início da campanha, em julho, Requião até abriu uma conta no Instagram, mas logo desistiu da empreitada.

Os números são referentes à análise das redes sociais dos candidatos até o dia 16 de setembro.