Aplicativos de serviços impulsionam vendas de trabalhadores autônomos

por Julianne Trevisani
Aplicativos de serviços impulsionam vendas de trabalhadores autônomos

Cerca de 50% das vendas online são feitas através de smartphones

Por: Julianne Trevisani 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atingiu 12,2 milhões de brasileiros, fazendo com que, cada vez mais, pessoas busquem uma alternativa para ganhar dinheiro. Em 2018, o número de brasileiros que passaram a trabalhar oferecendo seus serviços através de aplicativos aumentou 104,20%, segundo cálculo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em pesquisa “Análise do E-commerce no Mundo”. 

O economista Daniel Poit acredita que, para os pequenos prestadores de serviço, plataformas online ampliam o acesso a um mercado muito maior, trazendo um maior número de potenciais consumidores para os autônomos. Poit comenta também que as plataformas contribuem para a sociedade num todo, melhorando a eficiência e qualidade dos serviços ofertados, gerando serviços melhores e preços mais competitivos.  

O aplicativo Paraná Serviçosdesenvolvido pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) em parceria com a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Governo do Paraná (Sejuf) auxilia profissionais autônomos para que consigam prestar serviços. De acordo com o líder da área de Inovação da Sejuf, André Telles, a plataforma funciona de forma geolocalizada, procurando trabalhadores em até 50 quilômetros de distância do empregador, além de disponibilizar serviços como de eletricista, pintor, marido de aluguel, entre outros.  

O líder destaca o fato de que o aplicativo teve mais de 10 mil downloads em 10 dias de lançamento, comprovando a alta demanda de prestação de serviços disponibilizados em meios digitais. Telles lembra do discurso do governador Carlos Massa Ratinho Junior, que enfatiza a meta de tornar o Paraná o estado mais moderno e inovador do país. “A gente acredita que iniciativas como essa vão contribuir bastante para que o estado do Paraná se torne referenciado como estado que consegue conectar diversos serviços com os cidadãos”. 

O diretor do aplicativo PraJáJaiton Passos, criou a plataforma após ficar desempregado: “eu precisava trabalhar e como eu tenho algumas habilidades eu acabei fazendo serviços de marido de aluguel. Percebi que tinha muita dificuldade de achar esse tipo de prestador ou um prestador qualificado, e foi quando veio a ideia”. O aplicativo oferta cerca de 1.056 serviços como o de eletricista, pintor, jardineiro, entre outros. A plataforma conta com 3.700 trabalhadores e já realizou 1.300 serviços desde a sua criação. 

O auditor fiscal Nivaldo Betoni solicitou serviço de dedetização através de uma plataforma online. Betoni conta que a experiência dada pelo aplicativo foi satisfatória e que a resposta dada pela empresa foi bem rápida. “O usuário simplesmente preenche um formulário escolhendo o tipo de profissional que necessita e eles que entram em contato”. O auditor acredita que o espaço de feedback acaba melhorando o serviço, já que o profissional não quer correr o risco de ser mal avaliado e perder futuros serviços. 

 

 

Espaços de Coworking ajudam profissionais a desenvolverem seus negócios. 

Aumento de coworkings no Brasil ajuda pequenos negócios.  

Segundo dados do censo da Coworking Brasil, uma plataforma que levanta informações da maioria das coworking brasileiras, os escritórios compartilhados aumentaram 57% em relação a 2017. A pesquisa realizada em 2018 mostra que as coworkings movimentaram R127 milhões no país, além de ter tido um crescimento de 48% no número de espaços. O aumento se deu devido aos desafios econômicos sofridos pelos brasileiros nos últimos anos. 

Sala coletiva de espaço coworking

A fundadora da Curitiba CoworkingRosiane Kochanovec, conta que mesmo com o crescimento no número de coworkings em Curitiba muitas pessoas ainda não conhecem esse novo modelo de espaço de trabalho. Rosiane também fala dos impactos que empresas como a dela geram. “Os impactos vêm com a movimentação da economia, surgimento e oportunidade de negócios, geração de empregos e serviços”. 

O fotógrafo Juliano Bresolin utiliza o espaço da Curitiba Coworking e menciona o fato de ter procurado locais compartilhados como uma alternativa econômica para seu negócio. “A opção foi bem válida nesse sentido, pois investir em um espaço físico no início de um empreendimento é bem caro, ainda mais quando não se tem muito recurso”. Apesar da economia, Bresolin acredita que ainda não tem muita liberdade para realizar o seu trabalho, pois o espaço é alugado por hora o que acaba atrapalhando no tempo de atendimento dos clientes.