Um quarto dos bares e restaurantes paranaenses opera no prejuízo

por Bruno Coelho
Um quarto dos bares e restaurantes paranaenses opera no prejuízo

Ainda se recuperando da crise do Covid-19, donos de comércios do setor reclamam da situação.

Segundo relato de donos de estabelecimentos do Centro de Curitiba, aluguel e folha salarial estão entre os maiores desafios para manter as contas em dia 

Por Bruno Coelho e Marcelo Xavier | Foto: José Fernando Ogura – SMCS

Os dados mais recentes de um estudo periódico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostram que 26% dos restaurantes e bares do Paraná operam no prejuízo. A estatística corresponde ao mês de fevereiro deste ano. Considerando o total de 1050 associados à Abrasel no estado, é possível afirmar que cerca de 270 estabelecimentos estejam enfrentando dificuldades financeiras. 

Os principais fatores que levaram ao mau desempenho de quem ficou no vermelho foram a queda nas vendas do mês (82%), redução no número de clientes (62%) e custo de alimentos e bebidas (35%). Apesar dos números ainda altos, o índice de bares e restaurantes paranaenses operando “no vermelho” em fevereiro deste ano teve uma diminuição de 6 pontos percentuais com relação ao mês de janeiro.

Segundo o comerciante Gerisnaldo Veríssimo, dono de um restaurante localizado na Praça Tiradentes, houve uma diminuição no movimento no período pós-pandemia. Mesmo sendo contra a vontade do comércio, um aumento nos preços foi necessário, visto que o pagamento de aluguel do ponto comercial e da folha salarial pesou no orçamento. 

No período da pandemia, diversas regras que limitavam o funcionamento desses estabelecimentos foram criadas. Boa parte das dívidas que existem hoje são originárias daquela época. Para Veríssimo, a recuperação completa ainda vai levar muitos anos.

O braço da Abrasel no Paraná tem como objetivo orientar empresários do setor para que possam fazer escolhas financeiras mais eficientes e, consequentemente, diminuam o risco de criar novas dívidas. Cafés de negócios e campanhas de desoneração são promovidos com frequência. Os associados que possuem estabelecimentos maiores, com uma saúde financeira melhor, costumam contribuir com a formação de comerciantes de estabelecimentos menores, que muitas vezes não são filiados à associação.