Com cancelamento de competições tradicionais, esporte tradicional dá lugar ao esporte eletrônico

por Eduarda Fiori
Com cancelamento de competições tradicionais, esporte tradicional dá lugar ao esporte eletrônico

Competições de e-sports estão em alta durante a quarentena do Covid-19 e possuem premiações até mesmo em dinheiro

Por Eduarda Fiori e Ricardo Luiz da Silva

Durante a quarentena, os esportes eletrônicos se tornaram uma alternativa para o público que está longe dos estádios e das transmissões televisivas de partidas esportivas. Desde o dia 16 de março os campeonatos de futebol foram suspensas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O mesmo ocorreu com outras competições, como Fórmula 1, basquete e tênis. Nesse cenário, o  e-sport se tornou a melhor opção para evitar aglomerações durante a pandemia do novo coronavírus, assim como é indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diariamente plataformas como Youtube, Twitch e Facebook Gaming transmitem jogos de campeonatos online. As categorias vão do nível amador ao profissional e algumas delas possuem premiações até mesmo em dinheiro. 

Os games estão em alta durante a quarentena, a plataforma de jogos para computador Steam, registrou o recorde de 20 milhões de jogadores ativos simultaneamente. A Xbox Live, plataforma de games da Microsoft divulgou um pico de 775% de uso da rede, levando a empresa a desativar temporariamente alguns serviços para dar conta da demanda. Mesmo com o aumento da demanda por conteúdo de games, é difícil mensurar o atual estado do e-sport durante a quarentena, uma vez que as associações dedicadas não divulgaram nenhum dado relacionado. Diferentemente de outros países, a categoria não possui nenhum tipo de regulamentação legal no Brasil, o que dificulta ainda o reconhecimento da prática como uma profissão de fato. A China já reconhece “atleta de e-sport” como profissão desde 2019. Nos Estados Unidos, um atleta de esporte eletrônico pode conseguir um visto de trabalho ou uma bolsa em uma boa universidade, assim como qualquer outra modalidade esportiva tradicional. Respectivamente atrás desses países, o Brasil possui a terceira maior audiência de e-sports do mundo de acordo com a Newzoo, porém, a regulamentação ainda é pouco debatida no Congresso Nacional desde 2019.

O e-sport se deu mais popular graças ao streaming. A Twitch, um dos principais sites especializados em transmissões de jogos, divulgou um salto de quase 60% na audiência do site, em março de 2020. A Riot Games, produtora do League of Legends (LoL), administra competições oficiais que possuem toda a infraestrutura dos esportes de modalidades tradicionais, com direito narradores e a jogos em estádios de futebol. Porém, para estar de acordo com as normas anti-aglomeração, os campeonatos profissionais foram temporariamente suspensos em março deste ano e para contornar a situação, a empresa de games está incentivando muitas competições amadoras onde qualquer jogador pode participar dentro de casa.

Durante o isolamento social, as pessoas que estão em casa possuem mais tempo para se dedicar as modalidades dos esportes eletrônicos. “A galera está mais focada e mais competitiva”, relata Jorge Vinicius, 21 anos. Ele se mudou para Curitiba através de um amigo que conheceu no jogo League of Legends, hoje os dois dividem um apartamento na capital paranaense e com a ajuda amigos de outros estados, formaram um time semi-profissional, chamado New World Team para participar das competições on-line. O jogador relata que houve um aumento no número de eventos. “É muito bom, traz uma movimentação melhor” afirma.

Um dos jogos que mais investem em seu cenário competitivo no Brasil, é o Pro Evolution Soccer (PES). O jogo possui campeonatos que dão oportunidades para qualquer pessoa participar. Felipe Mestre, atleta representante do Corinthians no jogo PES 2020, que participa do cenário competitivo há 8 anos e comenta que a empresa responsável pelo jogo, Konami, organiza as competições com grandes prêmios. “Todas as oficiais, possuem premiações em dinheiro”. O jogador que competiu pelo mundo todo, reforça a importância do e-sports. “Acho que essa quarentena veio para mostrar que os e-sports não são uma mera brincadeira, as pessoas realmente se dedicam e se não fosse isso, não teria um entretenimento para as pessoas em casa.”

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