Crítica ● Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura chega aos cinemas carregado de expectativas

por Victor Dobjenski
Crítica ● Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura chega aos cinemas carregado de expectativas

O filme traz a volta de Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen, e  dá seguimento à saga multiversal da Marvel iniciada em Homem-Aranha longe de casa

Por Victor Dobjenski | Foto Marvel Estúdios/Divulgação 

Na volta de Sam Raimi (Homem Aranha 1, 2, 3 e OZ: Mágico e Poderoso) à Marvel, a direção de Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura se mostra experimental e inovadora para a franquia de super heróis, com jogos de câmera inteligentes e divertidos. O diretor dá um jeito de contar a história através desses ângulos escolhidos, sempre focando na narrativa do personagem que está em cena com a direção experimental. Raimi coloca lutas diferentes e surpreendentes visualmente, numa mistura de filmes da Disney com a porradaria dessas produções, em destaque com Wanda Maximoff mostrando o desespero e o sofrimento causados por ela mesma em suas ações anteriores. 

A proposta original era um filme de terror, porém o resultado foi um pouco menor do que isso. Jumpscares são algo que podem gerar estranhezas para quem vê os outros filmes do MCU, mas são esses os aspectos que tornam a produção tão interessante. 

As atuações são o ponto alto do filme. Cumberbatch volta no personagem carismático e levemente prepotente, porém finalmente com um arco de redenção digno do mago da Marvel. Mas quem rouba a cena é Elizabeth Olsen, intérprete da feiticeira escarlate, que carrega o peso emocional da produção com cenas marcantes, poderosas e que serão lembradas dentro do MCU. A atriz torna a personagem sensível e cria uma empatia com o público. Já a estreia mirim de Xochitl Gomez, a America Chavez, ficou marcada com o sarcasmo e o alívio cômico do filme, tornando a trama mais leve e divertida. 

O mesmo não se pode dizer do roteiro, que possui falhas e diminui a excitação em volta do filme. Em ritmo frenético, não parece ter tempo de criar e desenvolver os personagens e se apoia na direção de Sam Raimi para criar esse sentimento de empatia. Além disso, o filme parece ser curto demais para a história que precisava ser contada, levantando o questionamento de que os 40 minutos extras do corte do diretor eram realmente necessários. 

O filme continua em cartaz nos principais cinemas da cidade e atualmente ultrapassou a bilheteria mundial de 500 milhões de dólares, mais que o dobro do orçamento gasto na produção. Os próximos lançamentos do estúdio são a série “Ms. Marvel”, que estreia no Disney+ em 8 de junho, e o filme Thor:  Amor e Trovão, que será lançado no cinemas em 7 de julho.