Dados mostram contraste entre investimento na Educação Brasileira e seus resultados

por Sophia Becker da Gama
Dados mostram contraste entre investimento na Educação Brasileira e seus resultados

Mesmo com o investimento alto dos últimos anos, os resultados educacionais continuam baixos e insuficientes.

Por Sophia Gama

 

No Brasil, atualmente, são mais de 226 mil escolas, que abrigam cerca de 50 milhões de pessoas, entre alunos, professores e colaboradores. Entre os anos de 2000 e 2017 é possível perceber que em média, por ano, o investimento no sistema educacional brasileiro se manteve entre 4% e 6% do PIB total, ou seja, é um dos países que mais investe nessa área. Ainda assim, está numa posição baixa, no que se refere a desempenho escolar.

Em 2016, mais de 3 milhões de alunos reprovaram nas séries de educação básica. De acordo com o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), o Brasil está entre os países que mais reprovam estudantes e possui índices de rendimento educacionais baixíssimos.

Assim, surge uma questão: se o investimento é alto, maior até que a média dos países latino-americanos (5,5%), como os resultados destes são melhores que os brasileiros? Bem, um dos primeiros fatores levantados seria a baixa taxa de escolaridade da população. Muitos brasileiros adultos possuem ensino fundamental completo, no máximo. Esse fator pode estar atribuído ao abandono do ensino pela necessidade de ingressar ao mercado de trabalho. Outro fator é a falta de formação apropriada de profissionais; estudos mostram que muitos educadores não lecionam nas suas áreas de formação. 

Gráfico de investimento do PIB em educação.

A diretora de escola pública – Aldia Mielniczki – afirma que os principais fatores que afetam a educação brasileira, além da falta de investimento correto – em setores específicos, como de pesquisas – são a falta de programas educacionais a longo prazo e falta de investimento na qualificação dos professores e outros profissionais. Em relação à posição brasileira no PISA, a diretora diz que é uma vergonha um país tão rico, mas que não investe na educação adequadamente. “Um país de tantas riquezas e recursos deveria investir na educação com programas baseados na particularidade de cada região. É como pensar em dar o mesmo tratamento para crianças que vivem com escolas próximas e famílias que participam, e para famílias pobres que vivem longe das escolas, sem ter condição de participar dessa educação.”, disse Mielniczki.

Gráfico investimento do PIB brasileiro em educação.

No ranking mais recente do PISA (2018) o Brasil permaneceu em uma posição baixa, principalmente na prova de matemática, em que ficou entre os 10 piores países. Já em leitura manteve a 51ª posição e em ciências caiu para 66ª. De acordo com o Governo Federal, o investimento em Educação em 2020 caiu para 5.2%. As próximas provas do PISA devem acontecer em 2021 com o resultado para 2022.

Posição brasileira no PISA.