Dicas de como fazer seu dinheiro render

por Helena Tramujas Sbrissia
Dicas de como fazer seu dinheiro render

Especialistas na área de economia ensinam a não terminar o mês no vermelho em tempos difíceis

Por Flávia Mota e Helena Sbrissia

Com a crise econômica instaurada atualmente no Brasil, diversas pessoas se veem estagnadas economicamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego subiu no primeiro trimestre de 2018, chegando a 13,1% e, apesar de ter caído para 12,7% no segundo trimestre deste ano, 13,235 milhões de brasileiros ainda estão desempregados. Nesse período houve apenas o crescimento dos trabalhos sem carteira assinada, de empregadores e de autônomos.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país teve um aumento de 4,09% para 4,28% em 2018. Devido à alta nos preços dos produtos, o consumidor tanto de baixa quanto de alta renda precisa fazer o dinheiro render da melhor forma possível. Além disso, uma alta taxa de inflação garante menos investimentos no setor público e, consequentemente, um desemprego maior após algum tempo.

Um dos erros mais comuns que as pessoas têm é o otimismo em relação às próprias dívidas. É comum achar que, quando tudo está dando errado, a possibilidade de dar certo em um futuro próximo é grande, e por isso há sempre uma postura muito otimista em relação aos próprios problemas financeiros. O planejamento e controle são essenciais para sair do vermelho. Segundo o economista Daniel Poit, é necessário ter a consciência que cartões de crédito e cheques especiais não devem ser vistos como renda disponível, mas sim oferta de endividamento.

Em tempos de crise economizar parece difícil, ainda mais com a inflação projetando ainda mais o preço dos produtos. É por isso que os economistas Daniel Poit, Eduardo Constantino e o assessor de investimentos Éder Oliveira dão algumas dicas de como terminar o mês não só fora do negativo, mas com dinheiro sobrando. Confira a lista no quadro abaixo:

 

Para o economista Daniel Poit, a educação financeira doméstica é fundamental. “Um dos pilares de um país próspero e uma economia ativa, viável e estável é que a população tenha essa educação financeira. O Brasil nunca teve isso, esse é um assunto que está sendo trazido à tona há apenas 10 anos. É possível que parte do nosso problema atual esteja aí”.

De acordo com o economista, um dos erros mais comuns que as pessoas têm é o otimismo em relação às próprias dívidas. As pessoas acham que quando tudo está dando errado, ainda vai dar certo, elas tem uma postura muito otimista em relação aos próprios problemas financeiros. Se não houver um planejamento e um controle fica quase inviável sair do vermelho”, explica. Poit conclui dizendo que o crédito dos cartões e os cheques especiais não devem ser vistos como renda disponível, mas sim oferta de endividamento.

O economista Eduardo Constantino, do Conselho Regional de Economia do Paraná, concorda com a fala de Poit sobre educação financeira. Para ele, até mesmo as crianças precisam ter uma consciência de gasto familiar, não apenas na questão do “quanto ganha, quanto gasta”. Ele aponta que o ambiente doméstico é um grande ordenador de despesas, portanto, a educação, a conscientização e o comprometimento em cima desses gastos são fundamentais. “A família, quando está endividada e coloca essa consciência para todos os seus membros, tem comprovadamente uma melhora mais rápida nesse setor”, complementa.

Segundo o Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de consumidores inadimplentes atingiu a marca de 63,29 milhões em maio deste ano, 2,78% a mais em relação ao mesmo período de 2017. Os números mostram que, apesar do país já ter superado a recessão econômica, o mercado continua desaquecido em um parâmetro geral, principalmente por causa do desemprego. Uma das primeiras soluções para esse problema, de acordo com Daniel Poit, é encaixar os gastos básicos dentro da realidade de renda.