Estudantes da UEL promovem ato público e homenagem a jovens assassinados em Londrina

por Letícia Beatriz Hamm
Estudantes da UEL promovem ato público e homenagem a jovens assassinados em Londrina

Manifestação contra feminicídio está marcada para quarta-feira (13), em memória de Júlia Garbossi e Daniel Takashi

Por: Beatriz Moschetta, Carolina Senff, Julia Silva Correa de Araújo e Letícia Hamm | Fotos: Universidade Estadual de Londrina

Estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) preparam para a próxima quarta-feira (13) um ato público em repúdio ao feminicídio e em memória da estudante Júlia Beatriz Garbossi e de seu amigo Daniel Takashi, assassinados há uma semana. Júlia era estudante de Ciências Sociais da UEL. A manifestação está sendo organizada pelo Centro Acadêmico do curso e está marcada para as 17h30, com concentração no Restaurante Universitário da instituição de ensino.

Júlia Beatriz Garbossi Silva tinha 23 e foi morta no último dia 3, após ter seu apartamento invadido. O criminoso também matou Daniel Takashi e feriu a namorada dele, uma estudante de Artes Cênicas da UEL que sobreviveu e não teve sua identidade revelada pela polícia. Os dois estavam no apartamento de Jília. O suspeito, Aaron Delece Dantas, 23 anos, foi preso, passou por uma audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada. O crime aconteceu no bairro Jardim Jamaica, em Londrina, no Norte do Paraná.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil de Londrina. Segundo informações divulgadas pelos investigadores, a sobrevivente do atentado relatou que Dantas invadiu a casa onde os jovens estavam, armado com uma faca e um canivete. A vítima dos ferimentos diz ter demorado a se dar conta de que estava sendo atacada por alguém. Daniel Takashi estava com ela no quarto e também foi agredido. Júlia Beatriz teria acordado e ido ao quarto de sua amiga ver o que estava acontecendo, quando também foi atacada pelo suspeito. Daniel e Júlia morreram no local.

O assassino amarrou a terceira vítima por algumas horas com cordas e algemas. Após isso, a sobrevivente convenceu o suspeito a irem até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e dizerem que teriam sofrido um assalto. Assim que ela ficou sozinha com médicos, denunciou o ocorrido. A Polícia Civil de Londrina foi chamada e Aaron Delece Dantas foi preso no local e já está detido no sistema penitenciário. Segundo as apurações da Polícia Civil do Paraná (PCPR), a motivação do crime está ligada ao fato de o suspeito ter interesse afetivo na vítima fatal, com quem trabalhou por um período.

Júlia Beatriz Garbossi foi enterrada na segunda-feira, (4) pela manhã no cemitério Jardim da Saudade, zona norte de Londrina. O corpo de Daniel Takashi também enterrado no mesmo cemitério.

Como denunciar

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) oferece atendimento especial a mulheres vítimas de violência doméstica, familiar ou sexual. A mulher vítima de violência, com 18 anos ou mais de idade, pode registrar seu Boletim de Ocorrência pela internet, neste link.

Além disso, a mulher conta com unidades de Assistência Social, de Saúde e Delegacias de Polícia. Em caso de flagrante ou casos em que a situação de violência esteja acontecendo naquele momento, o telefone de emergência é o 190. Para denúncias anônimas, telefone 180.

A Lei Maria da Penha, de 7 de agosto de 2006, cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Em seu artigo 1.º, parágrafo 1.º, a lei diz que “o poder público desenvolverá políticas que visem a garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.