Estudantes iniciam aulas remotas na rede pública municipal de Curitiba

por Ex-alunos
Estudantes iniciam aulas remotas na rede pública municipal de Curitiba

Na rede estadual, que começou a transmitir conteúdos online uma semana antes, familiares e alunos relatam dificuldades

 

Por  Fábio Eduardo, Felipe Martins, Guilherme Araki, Letícia Fortes, Rodolfo Neves / Foto: SEED

Os estudantes da rede municipal de ensino de Curitiba podem, a partir desta semana, acessar as aulas remotamente. A implementação do EAD ocorre depois que o Executivo Municipal decidiu prorrogar de segunda-feira (13) para 2 de maio a reabertura das escolas, que tiveram as atividades interrompidas por causa da pandemia de coronavírus. É possível acessar as videoaulas preparadas pela equipe da secretaria municipal da educação pelo youtube, UHF e por meio do canal 9.2 da TV Paraná Turismo, sendo que é necessário de uma antena caso o acesso seja feito pelo UHF.

Na prática, porém, acessar as aulas remotas não tem sido tão simples. Conversamos com familiares de alunos da rede municipal de ensino que relataram dificuldades tanto no acesso das aulas quanto na compreensão dos estudantes sobre os conteúdos. Segundo eles, o conteúdo online não condiz com o ritmo de sala de aula. “Achou fácil (a aula remota) porque já tinha aprendido o que passaram no começo do ano”, relata Camila, responsável por uma estudante do 2.°ano do ensino fundamental. “Ela tá desanimada por isso e não quer mais assistir.”

A rede estadual, que começou as aulas segunda-feira passada (6 de maio) encontra a mesma reclamação. Uma estudante do Colégio Estadual Padre Claudio Morelli, que prefere não se identificar, relatou problemas no acesso do conteúdo. “Aplicativos que não funcionam corretamente, não fazem login, ou simplesmente não abrem”, afirma a jovem. Segundo ela, a mesma situação é também relatada pela maioria de seus colegas. A estudante também aponta uma queda na qualidade das aulas. “Os professores parecem estar despreparados, explicam o conteúdo correndo para passar exercícios, não temos como tirar dúvidas, então está uma situação bem complicada”.

Nas redes sociais, o secretário de Estado da Educação, Renato Feder, demonstra satisfação com o funcionamento das aulas remotas: “(…) contamos com um engajamento gigantesco por parte dos estudantes e professores!!”.

Posição dos sindicatos

Não são só estudantes e familiares reclamam do método imposto pelas redes de ensino. O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba já se posicionou contra as aulas remotas . Para a instituição, educação se desenvolve por meio de vínculos sociais presenciais.
A APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, também posiciona-se contra a forma como as aulas vêm ocorrendo. Os dirigentes da instituição chamam o sistema de aulas remotas de “faz-de-conta da educação”. Por meio de suas redes sociais, o sindicato afirma que não há estrutura para que que as aulas mantenham qualidade de forma não presencial e denunciam que uma grande porcentagem de alunos da rede pública não tem computador em casa. Segundo a APP, isso obriga os estudantes a se locomover até espaços físicos de estudo para pegar e entregar atividades, expondo-se ao risco de contaminação pela Covid-19.

 

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