Fake news sobre nova paralisação dos caminhoneiros afeta brasileiros

por Izabelly Lira
Fake news sobre nova paralisação dos caminhoneiros afeta brasileiros

A propagação da falsa notícia ocorreu principalmente nas redes sociais e em grupos do aplicativo de mensagens Whatsapp

Por Camila Dariva, Izabelly Lira, Lamartine Lima, Larissa Miglioli e Thaís Mota

A classe dos caminhoneiros realizou uma greve entre os dias 21 e 31 de maio, reivindicando ao governo a baixa no preço do diesel. Essa paralisação influenciou diversos pólos econômicos e sociais no Brasil. Após a aparente normalização da situação, uma notícia começou a circular em redes sociais a respeito de uma possível nova suspensão das atividades dos motoristas de caminhões. A informação, entretanto, era falsa.

Mesmo sendo considerada uma fake news, o fato afetou o novamente o ritmo de trabalho do brasileiro. É o caso da produtora cultural Arliet Lira, que por pouco não teve de cancelar um espetáculo por conta da “paralisação”. Ela conta como ficou sabendo da notícia falsa:

A pedagoga Katia Monteiro também foi afetada pela fake news da nova greve dos caminhoneiros. Ela compartilhou a informação, pois a recebeu de uma fonte que considerava confiável. Katia conta que se arrependeu de ter repassado a notícia, e reconhece o dano que essa ação pode causar:

Além da pedagoga, outros brasileiros utilizaram as redes sociais para propagar a notícia:

A propagação da fake news aconteceu também em grupos de mensagens

As diversas opiniões dos motoristas

Apesar da fake news sobre a retomada da greve ter sido amplamente divulgada pelos caminhoneiros na internet, alguns deles não acreditaram na suspensão das atividades. Foi o caso do motorista Paulo Ferreira, que pertence à classe dos caminhoneiros há 13 anos. Ele afirma que os boatos da nova paralisação se espalharam porque quem firmou o acordo com o governo para o fim da greve não representa a classe:

O caminhoneiro Fernando Santana afirma que a propagação da fake news foi um ato político: “os motoristas já estavam cientes que não era da parte deles. Eu acho que já é coisa de política para querer tirar quem está na presidência”.

Em uma rede social, um grupo de caminhoneiros divulgou a notícia falsa sobre a nova paralisação e criticou a postura da imprensa frente à greve:

A era das fake news no Brasil

A doutora em ciências humanas Adalgisa Oliveira afirma que existem três questões que pautam a prática de compartilhamento das fake news no Brasil: o hábito que o brasileiro possui de brincar com a realidade, o uso das notícias falsas para garantir maior audiência e a mídia como quarto poder na sociedade do país.

Ela afirma que a mídia brasileira divulga notícias falsas para desviar a atenção do público da realidade do país, principalmente na questão política: “precisamos lidar com isso, quanto mais informados nós formos, mais vamos saber lidar. As pessoas que não reconhecem as notícias falsas não têm o repertório para saber reconhecer a linguagem diferente e o hábito de checar a informação em outros sites”.

O Portal Comunicare reuniu no infográfico abaixo dados sobre o fenômeno das notícias falsas, apresentados em diversos estudos que analisam o assunto: