Feiras com preço fixo já estão presentes em 15 pontos em Curitiba

por Ex-alunos
Feiras com preço fixo já estão presentes em 15 pontos em Curitiba

Feiras vespertinas oferecem alimentos de qualidade a preços tabelados

Por Isabella Fernandes e Patrícia Guaselle

Um novo ponto da Nossa Feira, de Curitiba, foi inaugurado no início de março no bairro Capão Raso. O programa, desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba, em parceria com cooperativas de agricultura familiar da região metropolitana da cidade, já possui 15 pontos pela cidade e oferece diversos produtos por R$ 1,99/kg.

O objetivo das feiras, que acontecem durante a semana em diversos bairros da cidade, das 17h às 21h, é tornar mais acessível a compra de frutas, verduras e legumes de qualidade para a população e incentivar a agricultura familiar paranaense.

As cooperativas compram os produtos diretamente do produtor para comercializar nos pontos da feira. Os únicos produtos que não se encaixam no padrão são os não nativos da região, como abacaxi, mamão e produtos em período de entressafras. Esses produtos vêm da Central Estadual de Abastecimento (Ceasa), segundo a trabalhadora da Cooperativa de Processamento Alimentar e Solidária de São José dos Pinhais (Copasol) Gisele Alves da Rocha.

Alguns produtos variam do preço fixo de R$ 1,99/kg, como bandejas de alho e caixas de ovos, mas ainda são mais baratos do que em outras feiras ou supermercados. “A clientela só vem aumentando. A divulgação é ótima e a resposta do público também”, expõe Gisele.

Confira no mapa os locais em que ocorrem as feiras em cada dia da semana:

 

Prefeitura de Curitiba organiza feiras

A prefeitura cede o local, as barracas, as balanças e todo apoio necessário – como a divulgação, por exemplo. Os locais em que a Nossa Feira acontece são escolhidos levando em conta áreas onde existem pessoas com mais dificuldade de acesso ao alimento seguro – locais também chamados de desertos alimentares -, assim como áreas de passagem de pessoas e de percursos de linhas de ônibus que vão a lugares pouco abastecidos ou concentração de aposentados sem grandes mercados próximos.

Trimestralmente todas as barracas são vistoriadas para manter o padrão de qualidade, segundo a fiscal da Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB) Cristiane Skora.

Food trucks e carrinhos de produtos como salames e pescados também participam da feira | Foto: Patrícia Guaselle

Feiras obtêm recepção positiva nas comunidades

A feira do Pilarzinho possui grande público. Entre eles o morador da região João de Oliveira, 67 anos. “Sempre que eu chego aqui, uma hora antes de abrir, já tem fila”, relata, esperando há 40 minutos na fila. O idoso considera a feira sendo de qualidade e necessária para a região. Cada ponto vende entre sete e 10 toneladas de alimentos por dia, de acordo com a SMAB. Dessa maneira, 105 a 150 toneladas são distribuídas pela cidade toda semana.

A Nossa Feira da Praça 19 de Dezembro, no Centro Cívico, iniciou as atividades no dia 29 de fevereiro deste ano. O diferencial do Nossa Feira é o preço, visto que na região do Centro Cívico não há mercados com preços acessíveis como esse, de acordo com a funcionária pública Ana Sacchelli, 50 anos, frequentadora assídua. Outra vantagem, para ela, é o do pagamento por meio de cartão, além de dinheiro. A estimativa da SMAB é que a Nossa Feira proporcione uma economia de 47% por quilo em relação aos preços médios do varejo.

O atendimento começa às 17h, mas Ana revela que o público é grande e que encontrou pessoas que chegam às 15h para aguardar na fila. Segundo ela, o tempo de fila é de, em média, uma hora e a feira está agradando muitos aposentados que moram na região. Ana também considera o horário muito bom, pois permite que, ao sair do trabalho, o cliente aproveite a volta para casa para comprar. Em média, são atendidas mil pessoas por feira. O projeto, iniciado em 2014 com cinco pontos, triplicou de tamanho em quase dois anos de funcionamento.