Indústria da moda sustentável altera formas de consumo

por Isadora Picasky Deip
Indústria da moda sustentável altera formas de consumo

O slow fashion atende às necessidades do consumidor não apenas no sentido da compra, mas também na conscientização e na responsabilidade social

* Este é um conteúdo patrocinado, desenvolvido na disciplina de Branded Content, sem, contudo, remuneração efetiva aos estudantes que o desenvolveram. *

Por Bruna Colmann, Isadora Deip e Sthefanny Gazarra

As tendências sustentáveis estão ganhando espaço no mundo da moda, fazendo muitos consumidores repensarem o modelo fast fashion de produção. A exploração da mão de obra e dos recursos naturais realizada por grandes empresas faz com que clientes exijam um posicionamento mais transparente e ético das marcas. A indústria da moda é responsável por 8% a 10% das emissões de carbono no planeta, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), número maior do que o das emissões de voos internacionais e transporte marítimo combinados.

O PNUMA revela que em torno de 20% da poluição da água associada à atividade industrial vem do tingimento e tratamento de produtos têxteis. O ato de lavar as roupas pode liberar poluentes como a microfibra de plástico no meio ambiente, contaminando oceanos e fontes de água potável. A estudante Rebeca Isfer, fundadora da marca de roupas sustentáveis Universalia, explica que o tratamento de esgoto não filtra esse tipo de plástico, que acaba tendo como destino nosso organismo. Ela também aponta a questão ética relacionada às condições precárias de trabalho associadas à essa indústria, sobretudo no fast fashion, em que costureiras não recebem o devido pelo seu trabalho. 

Para a engenheira ambiental e empreendedora Camila Mattana, o conceito de moda sustentável pode ser resumido na criação de roupas com materiais já existentes, visando o menor uso dos recursos naturais. E slow fashion seria, como o próprio nome já diz, uma moda lenta que valoriza quem produz as roupas e o material utilizado para a confecção destas, compartilhando a responsabilidade social, humana e ambiental com o consumidor. Ela acredita que o algodão orgânico seria um dos melhores tecidos para a produção de roupas, porém esgotá-lo em grande escala seria prejudicial.

De acordo com o PNUMA, são usados 3.781 litros de água na produção de uma calça jeans, o que equivale a 33,4 kg de carbono emitidos. A profissional da indústria e varejo de moda Fabiana Pescara comenta que “A calça jeans não é prejudicial ao meio ambiente, quem é prejudicial é o empresário do jeans”. Para ela existem questões maiores como a indústria química e o agronegócio como um todo. A profissional acrescenta que os brechós estão em alta no meio sustentável, se alinhando à fashion revolution.

Marca sustentável

A Universalia foi criada com base em três pilares: a camiseta, a arte e a sustentabilidade. Esta última norteia toda sua cadeia produtiva, desde a matéria prima até a embalagem. A marca trabalha somente com tecidos orgânicos, naturais e de baixo impacto ambiental, e a confecção das peças não envolve nenhum tipo de plástico. “Tudo que a gente produz é a partir do que já existe no mundo”, conta Rebeca. A cadeia produtiva é mostrada com detalhes nas mídias sociais da Universalia, detalhando o processo, exibindo o local de trabalho e as pessoas por trás do projeto. 

A marca optou pela produção de camisetas pela possibilidade de comunicar algo ao mundo com elas, por meio de frases e estampas. Possui parceria com artistas que assinam suas coleções e conferem um significado a elas. Segundo Rebeca, é uma maneira de unir o universo artístico e o da moda, permitindo que o cliente vista e seja arte simultaneamente. Um exemplo é a T-shirt Rainbow, que possui significados atrelados ao universo LGBTQI+. O padrão de modelagem das peças é unissex, para combinar com a ideia da arte. “A gente faz a roupa para que ela tenha um propósito. Você pode adaptar isso do seu jeitinho.”, comenta.

A Universalia trabalha com uma produção local, buscando ter uma relação colaborativa e de benefício mútuo com os produtores. A fundadora diz que algumas pessoas presumem que as peças do slow fashion possuem preços elevados. “O grande tabu que gira em torno da moda sustentável é a questão de acharem que é muito hippie, aquele hippie chic”.

Adeptas à moda sustentável

A assistente de juiz Tamara Palmegiano diz que aprendeu mais sobre o algodão orgânico e a moda sustentável ao conhecer a Universalia. Ela considera desumana a forma fast fashion de produção, e comenta sobre a questão de muitas pessoas descartarem roupas com pouco tempo de uso, “O consumir por consumir, deixar de usar algo porque saiu da moda, não tentar consertar uma roupa, jogar fora… O que é jogar fora? Não tem como jogar fora do planeta.” 

A estudante e cliente da Universalia Vitória Valente acredita que falar sobre a indústria da moda causa um grande impacto nas pessoas e no meio ambiente. “Se mudarmos a maneira de consumir (no geral), todos poderiam dar mais valor aos produtos, aos materiais e aos profissionais. É, além de uma indústria, porque isso modela a nossa sociedade, a gente precisa de uma mudança social, econômica e de pensamento.”

Sobre a Universalia

Em 2018, Rebeca começou a se especializar no universo do e-commerce e do marketing digital. Tinha o objetivo de ingressar em uma startup (empresa emergente) de Curitiba. Quando descobriu que não havia sido convocada nos processos seletivos, pesquisou outras maneiras de aplicar o conhecimento adquirido. Sua avó é proprietária de uma confecção de uniformes escolares e profissionais e convocou Rebeca para criar algo em parceria. Unindo seu tempo livre com a paixão que sempre nutriu pelo mundo da moda, ela aceitou o convite.    

 Confira galeria com fotos de peças da Universalia:

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