Lar temporário é alternativa para ressocialização de animais vítimas de maus tratos

por Sofia Magagnin
Lar temporário é alternativa para ressocialização de animais vítimas de maus tratos

Método de reabilitação é a fase intermediária entre o resgate e a adoção definitiva do animal

Por Anna Padilha, Maria Cecília Zarpelon, Marina Prata e Sofia Magagnin

* Este é um conteúdo patrocinado, desenvolvido na disciplina de Branded Content, sem, contudo, remuneração efetiva aos estudantes que o desenvolveram. *

Em Curitiba, a cada 48 minutos a Rede de Proteção Animal recebe uma denúncia de violação dos direitos dos animais. Isso significa que são registradas, por mês, 900 queixas de maus tratos no município. Para melhorar esse cenário, as entidades de proteção têm trabalhado com um método de reabilitação animal por meio de lares temporários, que conta com a ajuda de voluntários que abrigam temporariamente um bichinho para ressocializá-lo. Para quem não pode assumir a responsabilidade de ter um animal em casa a longo prazo, os lares temporários podem ser uma alternativa para contribuir com a causa.

O Negão foi resgatado com oito anos

Segundo o veterinário Ricardo de Carli, da clínica ‘Ai Que Fofo’, caracteriza-se como maus-tratos qualquer tipo de abandono, agressão, negligência de cuidados e falta de higiene. “É tudo o que coloca em risco o bem-estar do animal”. O especialista destaca que os maus-tratos não têm apenas consequências físicas para os bichinhos, mas também psicológicas. “Os animais podem se tornar agressivos, arredios e muitas vezes ficar com medo do humano”, completa.

É justamente com o objetivo de minimizar os traumas causados pelos maus-tratos que as entidades de proteção lutam para possibilitar que esses bichinhos ganhem amor e qualidade de vida. É o caso da Associação Projeto Ajudei, que realiza um trabalho de resgate e ressocialização dos animais por meio de lares temporários. Com a ajuda de voluntários, em cinco anos, mais de 900 cães e gatos já ganharam ou esperam por uma nova casa. 

De acordo com o coordenador geral do projeto, Aurélio Aguiar, no Ajudei todos os animais resgatados passam por um processo cuidadoso de reabilitação. Durante o período que passam em lares temporários, os bichinhos reestabelecem a confiança nos seres humanos, interagem com outros animais e recebem adestramento básico. Além disso, essa prática os prepara para o processo de adoção. “Com esse processo a gente consegue fazer com que ele volte a ter um comportamento dócil”, relata. Enquanto os pets ficam na casa dos voluntários, o Ajudei arca com todos os custos relacionados às necessidades básicas do animal, como casinha, coberta, comida, consulta veterinária e vacinas.

O voluntariado

A Luna foi resgatada e adotada

A coordenadora de eventos do Ajudei, Andréa Lopes, abriga atualmente em sua residência 33 animais, sendo nove gatos e 24 cães. Para ela, embora atuar como voluntária de lar temporário não seja uma tarefa fácil, trabalhar salvando vidas não têm preço. “Decidi fazer isso pelo meu amor aos animais. O voluntariado é uma das funções mais nobres que uma pessoa pode exercer. Ser parte da causa que você escolheu é muito gratificante”.

Foi o trabalho de membros da Organização da Sociedade Civil (OSC) com lares temporários que possibilitou que a Paçoca encontrasse um novo lar. A cadela foi resgatada pelo projeto junto de seus 18 irmãos. Eles ficavam abandonados na casa de uma acumuladora, em meio a muita sujeira e sem alimentação adequada. Após passar alguns meses sendo cuidada pelo Ajudei, Paçoca começou a socializar com outros cães, se recuperou e ganhou peso. Hoje, o comportamento do bichinho é bem diferente de quando chegou à associação. “Agora ela é sociável, interage com outros cães e com pessoas na rua, sobe no sofá, dorme na nossa cama… São coisas que eu nem imaginava que ela iria conquistar lá no começo”, relata com emoção a dona Mayara Godk.

O mesmo aconteceu com Théo, que estava com sarna e saúde precária quando foi resgatado. Ele passou 15 dias em um lar temporário. A dona, Mayara Essenfelder, já acompanhava o Ajudei pelas redes sociais. Foi no Instagram que conheceu Théo, e assim que viu a foto do cãozinho, se apaixonou. Mayara conta que este processo dos lares temporários faz toda a diferença: “Eles só entregam o cão quando está apto para adoção e ensinam a cuidar do animal. Eu não saberia como lidar com um cão recém abandonado.”

Antes e depois da Nala

A artesã Janaína de Souza é voluntária da causa animal há cerca de 15 anos. Desde que começou a ceder sua casa como um lar temporário tem percebido uma grande evolução no comportamento dos animais que recebe. “A Nala foi resgatada já idosa, junto de mais de 50 cães de um canil clandestino, em São José dos Pinhais. Ela estava com a saúde bem debilitada. Hoje, é a melhor cachorra do mundo, é carinhosa, brincalhona e adora outros cachorros. É um presente para nós!”, relembra.

Embora não seja o objetivo do lar temporário, em muitos casos são os próprios voluntários que acabam adotando os animais, na maioria das vezes, idosos e debilitados. Apesar de serem os menos procurados em feiras de adoção, são os que mais precisam de atenção, carinho e cuidado. 

Ajude o Ajudei

Atualmente, o Projeto Ajudei conta com a colaboração de 120 voluntários que, por meio de ações efetivas e educacionais, proporcionam uma vida digna a cada animal resgatado. A associação sobrevive de doações, campanhas de arrecadação e venda de rifas e produtos da loja. Fazer parte da causa animal pode salvar vidas. Existem diversas maneiras de se unir ao projeto, apoie o Ajudei: http://projetoajudei.com.br/