Lula é solto e apoiadores celebram em frente à PF de Curitiba

por Marina Prata
Lula é solto e apoiadores celebram em frente à PF de Curitiba

Defesa do ex-presidente entrou com recurso após decisão do STF

Por Marina Prata, Gustavo Barossi e Rafael Coe | Fotos: Carlos Mazetto

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi libertado da prisão na tarde desta sexta-feira (8), após cerca de um ano e meio detido em Curitiba. Reunidos em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, apoiadores do político comemoram a soltura.

Após a liberação, o ex-presidente discursou para os manifestantes presentes no prédio da Polícia Federal, agradeceu o apoio de todos e falou sobre a atual crise política e econômica do Brasil, criticando o governo de Jair Bolsonaro (PSL). Lula também declarou que, após o ato na PF, seguiria para São Bernando do Campo, onde se encontrará com aliados.

Manifestantes ficaram em vigília reforçada desde a madrugada de quinta-feira (7), e o público cresceu em ritmo acelerado desde as 15h da tarde desta sexta-feira (8). A patrulha policial foi intensificada no local do ato, enquanto a execução da decisão de soltura  era aguardada durante a tarde.

O ex-presidente cumpriu pena em Curitiba desde abril de 2018, após ter sido condenado em segunda instância pela operação Lava-Jato, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal proibiu a prisão após condenação em segunda instância por 6 votos a 5, permitindo que a defesa de Lula buscasse sua soltura, que ocorreu no fim da tarde desta sexta-feira.

Os alunos do curso de Jornalismo da PUCPR estiveram  acompanhando a movimentação em frente à sede da PF. Por volta das 15h, o ex-presidente recebeu a visita da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT). Dr. Rosinha, candidato ao governo estadual do Paraná em 2018 pelo Partido dos Trabalhadores, atribuiu a decisão do STF à desmoralização da Operação Lava-Jato após o vazamento de conversas publicadas pelo jornal The Intercept.

Maria Flor Guerreira, 52, está em vigília pelo ex-presidente desde abril de 2018. Como indígena pataxó, ela presta apoio em gratidão pelas políticas públicas implementadas durante o governo de Lula para o seu povo. “Lula passar por essa porta e sair dessa masmorra significa, para mim a liberdade do povo brasileiro, a condição da gente continuar lutando, não por uma nação, mas por um mundo melhor”, declara.