Má alimentação pode trazer riscos durante a quarentena

por Ex-alunos
Má alimentação pode trazer riscos durante a quarentena

A preferência por alimentos não saudáveis pode prejudicar inclusive na prevenção ao COVID-19

Por Bruna Cominetti, Isabelle Almeida e Luiza Ruppel

À caminho do primeiro mês desde que o Ministério da Saúde aconselhou o isolamento social é possível identificar que as rotinas se modificaram por completo. Boa parte do país mantém o confinamento voluntário para frear a dispersão do vírus COVID- 19 e garantir sua saúde e de seus familiares. Mas para manutenção de um corpo saudável durante a pandemia é necessário um pouco mais de atenção. 

O fator isolamento abre margem para um problema recorrente na população brasileira, a ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso da América Latina. Com a mudança de hábitos por conta da quarenta, muitas pessoas procuram alternativas para vencer o sedentarismo e a má alimentação e assim combater a ansiedade. 

Ao passarmos praticamente o dia todo em casa fica mais fácil o acesso à comida. Além da fome, precisamos lidar com a “vontade de comer”, essa é associada diretamente com a ansiedade. Nesse momento, damos preferência para alimentos que trazem uma falsa sensação de saciedade, como é o caso dos açúcares, que proporcionam picos de insulina mas não satisfazem a vontade. É o que afirma a Dra. Lúcia Abreu Texeira, nutricionista clínica e oncológica. 

Outro ponto associado com a quarentena e relacionado com a alimentação é a preferência do consumidor em comprar alimentos não perecíveis ou industrializados devido a sua longa durabilidade, mesmo que os governos estaduais afirmam que não existe razão para estocagem de produtos. Ainda segundo Lúcia Abreu é necessário que a prioridade seja por alimentos naturais, como frutas, verduras e legumes. Essa classe alimentar além de garantir uma dieta balanceada ainda ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, essencial para tornar o corpo mais resistente inclusive ao novo coronavírus. 

Além da alimentação, a medida de isolamento facilita com que as pessoas fiquem mais sedentárias. Acostumadas a uma rotina de atividades ao ar livre ou práticas em estabelecimentos de esporte, conseguir realizar exercícios físicos dentro de casa é um desafio, principalmente para quem vive em apartamento. É o caso do estudante de Medicina Veterinária Gabriel Lago, 23, que diz ver na atividade a maior dificuldade para normalidade. “Eu ia na academia todos os dias antes da quarentena. Agora tá difícil fazer qualquer coisa”, diz o estudante, que ainda não desistiu de se exercitar, apesar da dificuldade. 

Para o personal trainer Marcio Magalhães, a mudança brusca da rotina e a necessidade de adaptação aos novos hábitos de reclusão promove o aumento da ansiedade e gera limitações físicas. A somatória é um desequilíbrio alimentar e na maioria das vezes o aumento do consumo de calorias. Para Márcio o primeiro passo para manter uma rotina saudável é procurar a ajuda de um profissional da nutrição e com o aconselhamento deste, iniciar uma rotina alimentar e física. 

Com as medidas emergenciais e a suspensão da maior parte dos serviços prestados à população, os consultórios de nutricionistas também suspenderam o atendimento presencial. Para suprir essa falta, o Conselho Federal de Nutrição (CFN), que já permitia o acompanhamento on-line de pacientes em tratamento, agora possibilita atendimentos não presenciais para novos pacientes até o dia 31 de agosto de 2020. 

Segundo a Nutricionista Carina Trevisan, mestre em Nutrição Clínica e que também é membra da Sociedade Internacional de Nutrigenética e Nutrigenômica, cuidar da alimentação é sempre a melhor alternativa. Ela esclarece que para introdução de hábitos melhores é possível começar gradativamente, como organizar a rotina de sono, dormindo e acordando no mesmo horário, por exemplo. Outra pedida é optar por lanches mais naturais, como frutas, tentar tomar ao menos 15 minutos de sol ao dia, além de se manter hidratado. Carina alerta que esse não é o momento para restrições alimentares.”É preciso informação, consciência e equilíbrio sem radicalidade.”

Vídeo completo com dicas nutricionais para a quarentena