Quarentena desperta diversas ações voluntárias em Curitiba

por Sophia Becker da Gama
Quarentena desperta diversas ações voluntárias em Curitiba

Durante período de isolamento social, curitibanos têm se mobilizado em prol da solidariedade

Por Guilherme Kruklis, Laura Luzzi e Sophia Gama

Em meio à pandemia do COVID-19, a população de Curitiba e região tem se mobilizado em solidariedade àqueles que estão na linha de frente do combate da doença, como profissionais da saúde, além de pessoas mais necessitadas. Diversas ações voluntárias estão sendo realizadas. 

Além do programa de voluntariado de profissionais da saúde oferecido pela Superintendência Geral de Ação Solidária, que requer o preenchimento de um formulário online, disponível no site do governo do Paraná, a prefeitura de Curitiba está arrecadando doações de máscaras, álcool em gel, cestas básicas e produtos de higiene. 

Alguns voluntários foram aos postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na região metropolitana, para entregar comidas e kits de higiene para os caminhoneiros, uma vez que muitos pontos de parada e restaurantes na beira das estradas estão fechados.

Outra ação importante, tem sido a confecção de máscaras para profissionais de saúde. A Coordenação Estadual da Defesa Civil recebeu, no dia 3 de abril, mil máscaras confeccionadas por 120 costureiras voluntárias. A idealizadora deste projeto foi a empresária Celymar Aparecida Henrique. “A ideia surgiu de um chamado de servir ao próximo nesse combate ao Covid-19. A igreja foi convocada a suprir parte da demanda de máscaras e nós desenvolvemos o projeto com apoio da ABASC (Associação Batista de Ação Social)”, conta ela. Até o momento, foram feitas 7 mil máscaras. Celymar acredita  que haverá a necessidade de continuar produzindo-as por, no mínimo, mais 30 dias, chegando a 14 mil máscaras. Outras instituições também já foram beneficiadas, como Hospital do Rocio e Hemocentro. 

Este projeto também conta com a ajuda de 27 motoristas para baldeação de materiais, 6 ajudantes na montagem dos kits e 6 ajudantes na administração do projeto, todos voluntários. Além disso, houve o apoio de empresas no corte dos tecidos. “Penso que vivemos em dependência mútua. Como não estou dentro do grupo de risco, nem as pessoas da minha casa, entendi que meu dever agora seria sair para ajudar e possibilitar que as demais pessoas fiquem em casa”, afirma a motorista voluntária da ABASC, Mariana Andrade, 26 anos. A ABASC também está arrecadando doações de alimentos e cestas básicas a fim de distribuir para as famílias que estão passando necessidade, uma vez que muitos perderam empregos por conta do isolamento. 

A startup BioPrint, formada por alunos da PUC-PR, também tem produzido Equipamentos de Proteção Individual (EPI). A empresa foi criada a fim de desenvolver implantes feitos de materiais absorvíveis pelo organismo animal. De acordo com a co-founder, Giovanna Rothert, eles notaram que, com a pandemia, os produtos hospitalares ficariam em falta, começaram a pensar em como poderiam ajudar com os materiais que já tinham e perceberam que as instituições de saúde necessitavam de máscaras estilo faceshield, então decidiram imprimi-las. Já foram produzidas 120 máscaras e as doações para hospitais e profissionais que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus têm preferência.